2o. Turno - Pesquisa IPEC (em votos válidos): Lula tem 54,3%, contra 45,7% de Bolsonaro! - Marcos Doniseti!
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| Lula recebeu o apoio de Simone Tebet (MDB), que conquistou 4,9 milhões de votos no primeiro turno. Ciro, que conquistou 3,6 milhões de votos, também declarou voto em Lula, mas sem citar o nome, obedecendo a uma decisão unânime do PDT. Lula também recebeu o apoio de Helder Barbalho (MDB), reeleito governador do Pará com 70% dos votos válidos. |
A primeira pesquisa divulgada pelo IPEC para a disputa presidencial do segundo turno mostrou os seguintes resultados:
Votos totais (estimulada):
Lula 51%; 54,3% em votos válidos;
Bolsonaro 43%; 45,7% em votos válidos.
Votos totais (espontânea):
Lula 50%; 55,6% em votos válidos;
Bolsonaro 40%; 44,4% em votos válidos.
Resultado do 1o. turno (votos válidos):
Lula 48,3%;
Bolsonaro 43,2%.
Assim, quando comparado com o resultado do 1o. turno, Lula cresceu entre 6 pontos e 7,3 pontos, quando ele conquistou 48,3% dos votos válidos. Agora o ex-Presidente tem entre 54,3% e 55,6%.
Já o Bolsonaro cresceu entre 1,2 e 2,5 pontos em comparação com o resultado da eleição, quando ele obteve 43,2% dos votos válidos. Agora ele tem entre 44,4% e 45,7%.
Isso comprova que o crescimento de Bolsonaro no 1o. turno, na véspera e no dia da eleição, se deu em função de um movimento de voto útil que ocorreu nestes dois últimos dias por parte de eleitores mais conservadores de Ciro, Tebet, de outros candidatos conservadores (D'Avila, Soraya...) e também de indecisos.
Esses eleitores mudaram os seus votos para Bolsonaro na véspera e no dia da eleição depois que constataram, pelas várias pesquisas divulgadas no dia 01/10, que Lula poderia vencer a eleição no 1o. turno, pois o candidato do PT aparecia com chances reais de vitória no 1o. turno em 5 pesquisas: Atlas, IPEC, Datafolha (50% na estimulada), IPESPE, Quaest.
Outros fatores podem ter tido alguma importância, mas entendo que foi o conservadorismo que levou esses eleitores a escolher Bolsonaro já no primeiro turno.
Porém, nestas pesquisas, os percentuais de Lula estavam bem próximos dos 50% e, considerando a margem de erro, todas elas mostravam que havia chances reais de termos a realização de um 2o. turno, o que acabou acontecendo.
Na pesquisa estimulada do Datafolha tinha 50% e no IPEC tinga 51%. As duas pesquisas deixavam claro que havia possibilidade de termos segundo turno, como acabou acontecendo.
Tudo indica que esse movimento de voto útil, em favor de Bolsonaro, foi mais forte no Sudeste, em especial em SP, RJ e MG. Com isso, o eleitorado da região Sudeste foi o grande responsável por levar a eleição para o segundo turno.
Foi em função disso que Lula perdeu de Bolsonaro em SP (de 6,8 pontos) e no RJ (10,4 pontos) e ganhou por uma diferença menor do que as pesquisas indicavam em Minas Gerais (vantagem de apenas 4,7 pontos).
Com esse movimento de voto útil em seu favor, Bolsonaro cresceu de um patamar de 38% a 39% que possuía antes da eleição (tinha 38,1% na IPESPE e 38,8% nas pesquisas do IPEC e da Quaest da véspera, nas pesquisas espontâneas) para os 43,2% das urnas.
Com base nos resultados das pesquisas espontâneas do IPESPE, Quaest e IPEC, Bolsonaro conquistou cerca de 4,4 a 5,1 pontos nesse movimento de voto útil entre a véspera e o dia da eleição.
É bom ressaltar que isso já havia acontecido em 2018, quando o mesmo Bolsonaro recebeu, nas urnas, cerca de 4,5 pontos a mais do que as pesquisas da véspera indicavam.
Então, esse movimento, que ocorreu no primeiro turno nas duas eleições presidenciais (2018 e 2022), indica que temos um eleitorado de perfil mais conservador, que gira em torno de 4,5 a 5 pontos e que, no primeiro turno, escolhe votar sempre o candidato da Direita que está mais forte na véspera da disputa.
Porém, no caso de Lula, não tivemos esse movimento de voto útil para a sua candidatura no primeiro turno (ou então ele foi muito pequeno) e, com o crescimento de Bolsonaro, a sua diferença para o mesmo despencou de 11,2 pontos (pesquisa Quaest), na véspera, para apenas 5,3 pontos na eleição.
No entanto, agora, na disputa do 2o. turno, o movimento de voto útil foi mais forte para Lula e, com isso, ele voltou a abrir uma vantagem maior sobre Bolsonaro, de 8,6 pontos (votos válidos) quando comparado com o resultado da eleição, pois agora, na pesquisa IPEC, Lula tem 54,3%, enquanto Bolsonaro tem 45,7%.
Essa diferença a favor de Lula no segundo turno (8,6 pontos) está mais próxima do cenário que a pesquisa Quaest mostrou em sua última pesquisa do 1o. turno (30/09 e 01/10), que era de 11,2 pontos a favor do candidato do PT. Isso reforça o argumento de que Lula pouco ou nada se beneficiou de um movimento de voto útil no primeiro turno, mas se beneficia agora, no segundo turno.
E não é de se duvidar que essa diferença cresça um pouco mais com todos os novos apoios que Lula recebeu nesta semana, que incluem o apoio unânime do PDT, de Ciro Gomes (mesmo que limitado), de Simone Tebet e de Helder Barbalho (ambos do MDB), e de tucanos como o ex-presidente FHC, do ex-governador José Serra, dos economistas Persio Arida, de Armínio Fraga e de André Lara Resende (os três são criadores do Plano Real) entre outros.
Todos esses apoios permitem que Lula aumente a sua votação entre o eleitorado mais centrista e de perfil liberal, que optou por Tebet e Ciro no primeiro turno, o que será fundamental para que ele possa vencer a eleição.
Outros dados:
Índice de Rejeição:
Bolsonaro 50%; Lula 40%.
Links:
Resultado do 1o. turno da eleição:
https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/apuracao/1turno/
Simone Tebet declara apoio para Lula:
FHC declara apoio para Lula:
https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/10/05/fhc-lula-segundo-turno.htm
Kátia Abreu declara apoio para Lula:
Primeira pesquisa IPEC do 2o. turno:
Resultados das pesquisas do 1o. turno comparados com o da eleição:
https://temposfraturadosememoria.blogspot.com/2022/10/pesquisa-do-atlas-intel-acertou-o.html
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