Milei anuncia medidas radicais para destruir o Estado argentino e submeter o país ao controle do Grande Capital Financeiro! Povo argentino pagará a conta do erro que cometeu elegendo Milei!

Milei anuncia medidas radicais para destruir o Estado argentino e submeter o país ao controle do Grande Capital Financeiro! Povo argentino pagará a conta do erro que cometeu elegendo Milei! - Marcos Doniseti!

Milei, Macri e Bullrich: Afinal, quem irá mandar no futuro governo da Argentina? Milei é que não será...

Entre os principais pontos do discurso de Milei e de comentários de alguns membros da sua futura equipe de governo, temos o seguinte:

1) Medidas radicais e sem gradualismos!

Milei anunciou em seu discurso da vitória que promoverá não haverá gradualismos em seu governo e que irá adotar rapidamente a dolarização, irá extinguir o Banco Central, irá fazer inúmeras privatizações (como a da estatal de petróleo, a YPF), e diz que também promoverá uma dura repressão contra qualquer manifestação popular contrária ao seu governo.

Assim, estamos assistindo uma nação cometendo suicídio em pleno século XXI. O suicídio da Argentina será visto pelo mundo todo, tal como o Genocídio dos Palestinos.

2) Crises social e econômica irão se agravar!

Se o Milei fizer, de fato, todas essas besteiras numa cacetada só, como ele já anunciou, então daqui a no máximo em 1 ano o seu governo já terá terminado, pois é claro que o povo argentino irá se rebelar contra medidas que irão empobrecê-lo rapidamente.

E existem limites para o que uma repressão brutal pode conseguir. Sebastián Piñera reprimiu violentamente os protestos que aconteceram durante o seu governo e o resultado foi a vitória da Esquerda na eleição presidencial de dezembro de 2021, derrotando justamente um candidato de extrema direita, que foi José Antonio Kast.

3) Regime de Apartheid Monetário (RAM)!

Com a dolarização que irá promover, e que já foi anunciada por Milei ontem, a Argentina irá se transformar, na prática, em um regime de Apartheid Monetário.

A Argentina irá se dividir entre aqueles (os mais ricos, é claro) que possuem dólares em grande quantidade, e aqueles que não tem nada ou quase nada da moeda dos EUA em seu poder.

Este será um dos primeiros (se não for o primeiro) Regimes de Apartheid Monetário (RAM) moderno.

Se você tiver dólares suficientes, você poderá comprar, consumir, viajar.

Caso contrário, você será excluído dessa sociedade.

Apartheid!

4) O povo argentino irá acordar deste pesadelo?

Os argentinos irão recobrar a lucidez quanto ao erro que cometeram elegendo Milei?

Muito provavelmente, sim, mas isso irá acontecer apenas quando ficarem desempregados, vier a hiperinflação, passarem fome e estiverem na fila do osso.

Mas daí já será tarde. O estrago já terá acontecido. E será muito mais difícil reconstruir tudo depois.

E o Milei já anunciou que aqueles que protestarem contra o seu governo serão reprimidos. Essa é a tal da 'Liberdade, Carajo' que ele tanto defende.

5) Milei e um governo fracassado - Comparação entre Argentina, Brasil e Peru!

O Brasil possui um elevado superávit comercial, que já está em US$ 84,5 Bilhões no acumulado até a segunda semana de novembro. Enquanto isso, a Argentina acumula um déficit comercial de US$ 7,1 Bilhões entre janeiro e outubro deste ano.

O fracasso de Milei será ainda maior do que foi o do governo Bolsonaro no Brasil, pois este é muito mais rico do que a Argentina.

Bolsonaro assumiu o país com uma situação financeira boa: inflação baixa (3,75% em 2018), economia crescendo pouco (1,8% em 2018), mas sem recessão, reservas internacionais de significativos US$ 370 Bilhões.

O maior problema do Brasil, na época, em 2018, era a elevada taxa de desemprego, de 12,3% na média anual de 2018. Isso foi resultado da crise econômica do período 2015-2018.

Agora, no entanto, durante o primeiro ano do governo Lula, o Brasil voltou a gerar muitos empregos e a taxa caiu para 7,7%, pois o ritmo de crescimento econômico do país acelerou em 2023, chegando a 3,4% de expansão, o que surpreendeu a todos, até ao FMI.

E as reservas internacionais do Brasil são de US$ 340 Bilhões, o que representa 47,7% da dívida externa do país (de US$ 712 Bilhões). Já a taxa de inflação anual do Brasil é de apenas 4,8%.

Os maiores problemas econômicos brasileiros são o elevado déficit fiscal (o déficit público nominal foi de R$ 465 Bilhões em 2022, o que equivale a 4,7% do PIB), e a elevada taxa Selic, que era de 13,75% ao ano no final de 2022 (o maior juro real do mundo). Agora, no governo Lula, a Selic está sendo reduzida gradualmente (0,5 p.p. a cada reunião do Copom) e se encontra em 12,25% ao ano.

Estes são dois problemas herdados do governo Bolsonaro.

A Argentina atual, por sua vez, tem inflação de 140% ao ano, economia em recessão (queda de 2,9% do PIB no segundo trimestre de 2023) e reservas internacionais de apenas US$ 21,5 Bilhões.

E como a Argentina possui uma dívida externa (herdada do governo anterior de Macri) de US$ 280 Bilhões, as reservas internacionais argentinas representam apenas 7,7% da dívida externa do país.

Essas reservas são muito baixas, sendo que elas se reduziram muito em 2023 (queda de US$ 13 Bilhões em relação ao final de 2022, representando uma redução de 38,2%).

Logo, Milei não poderá fazer, sob hipótese alguma, o que Mauricio Macri fez em 2016, quando liberou importações e gastos dos argentinos no exterior. A Argentina simplesmente não tem reservas em dólares suficientes para sustentar algo assim.

Para efeito de comparação com outro país, o Peru, que possui uma população menor e que é mais pobre do que a Argentina, ele possui reservas internacionais de US$ 71,2 Bilhões, enquanto a sua dívida externa é de US$ 103,5 Bilhões.

Logo, as reservas internacionais do Peru representam 68,8% da dívida externa do país. E a inflação anual no Peru é de apenas 4,3%.

Logo, o Brasil e o Peru desfrutam, neste momento, de uma situação econômica e financeira muito melhor do que a da Argentina.

6) Milei: Para os amigos, os dólares; Para o povo, o porrete!

Repressão militar contra o povo argentino em Buenos Aires, em 1982, durante a Ditadura Militar.

Milei também falou sobre o que irá fazer caso ocorram manifestações populares contrárias ao seu governo:

"O Estado é responsável pela segurança e pela Justiça. Quando há um crime, ele é reprimido. Ontem eu disse isso 'fora da lei, nada'. Aqui a lei vai se cumprir".

Entenderam, agora, o que é a tal da 'Liberdade, Carajo?' da qual Milei e seus 'libertários' tanto falam?. É sarrafo no lombo do povo. É um 'cale a boca, não reclame, caso contrário você irá apanhar muito'.

O lema do governo de Milei será: "Aos amigos da 'casta', os dólares. Ao povo, o porrete".

'Liberdade, Carajo!'.

7) Relações internacionais - Argentina fora dos BRICS!

E aquela que será a futura ministra das Relações Exteriores do governo Milei (Diana Mondino) já avisou: A Argentina não irá entrar para os BRICS. E isso é péssimo para a economia dos hermanos, pois é justamente nos BRICS que estão os dois maiores parceiros comerciais da Argentina, que são o Brasil e a China.

Dados de 2022 mostram que o Brasil compra 14,5% das exportações argentina, enquanto que a China adquire outros 9%. E com relação às importações argentinas, 21,5% vem da China e 19,6% são originárias do Brasil.

Portanto, a Argentina irá dar as costas para aqueles que são os grandes responsáveis por impedir que a sua economia afunde em uma crise ainda mais forte.

8) Aviso ao povo argentino: Pior do que está, fica.

Preparem-se, hermanos, para uma longa noite de trevas.