Argentina - Exportações de soja irão aumentar em 125% em 2024! Crise inflacionária provocada pela escassez de dólares chegará ao fim!
Argentina - Exportações de soja irão aumentar em 125% em 2024! Crise inflacionária provocada pela escassez de dólares chegará ao fim! - Marcos Doniseti!
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| Sergio Massa cumprimentando operários, entre os quais os Peronistas são hegemônicos. |
Na Argentina até o 'Clarín', jornal conservador e direitista e que apoia totalmente ao demagogo e mentiroso do Javier Milei, está dizendo que as exportações de soja da Argentina irão aumentar em 125% em 2024, aumentando para US$ 18 Bilhões em comparação com o que foi exportado em 2023, que foram de apenas US$ 8 Bilhões.
Isso acontecerá porque a produção do complexo soja ultrapassará os 50 milhões de toneladas nesta safra de 2023/2024, contra uma produção de apenas 21,5 milhões de toneladas na safra 2022/2023, que foi a pior dos últimos 23 anos.
Esse aumento gigantesco da produção de soja, na safra 2023/2024, deve-se ao fim da seca que devastou a economia agrícola da Argentina nos últimos três anos (seca que foi provocada pelo fenômeno 'La Niña') e que somente agora chegou ao fim.
Para se ter uma ideia do desastre que foi essa crise agrícola que atingiu a Argentina entre 2020 e 2023, vejam o que aconteceu com a produção de soja nas últimas 5 safras:
2018/2019: 56,6 milhões de toneladas;
2019/2020: 50,7 milhões de toneladas;
2020/2021: 45 milhões de toneladas;
2021/2022: 42 milhões de toneladas;
2022/2023: 21,5 milhões de toneladas (redução de 62% em comparação com a safra de 2018/2019).
2023/2024: 50 milhões de toneladas (estimativa; aumento de 132,5% em comparação com a safra de 2022/2023).
Assim, a produção de soja despencou de 56,6 milhões de toneladas na safra 2018/2019, para apenas 21,5 milhões de toneladas na safra 2022/2023, acumulando uma queda de 62% neste período de apenas 4 anos.
As exportações de soja da Argentina, por sua vez, desabaram de 45,8 milhões de toneladas na safra 2018/2019, para apenas 25,5 milhões de toneladas na safra 2022/2023, representando uma brutal redução de 44,3%.
A seca, a redução da produção agrícola, a escassez de dólares e a inflação!
Somente agora, em 2024, após o fim da brutal seca de 3 anos (2020-2022), é que a produção de soja da Argentina irá se aproximar do patamar anterior à crise, com as estimativas apontando para uma produção de 50 milhões de toneladas.
Foi essa redução da produção e exportação do complexo soja, a partir de 2020, e também de outros importantes produtos agrícolas (milho e trigo), que fez com que a Argentina enfrentasse uma violenta crise das suas contas externas, pois a entrada de dólares desabou com a brutal queda das exportações. O faturamento da agricultura argentina diminuiu mais de 50% entre 2019 e 2023.
E com a escassez de dólares, a cotação da moeda dos EUA disparou, provocando um forte aumento da taxa de inflação, que chegou a 138% ao ano, pois na Argentina os preços estão atrelados ao dólar e isso ocorre já há muitos anos.
Para se ter uma ideia, em 2019, último ano do catastrófico governo Macri (2016-2019), antes do início da seca, a inflação argentina foi de 53,5%.
A inflação até chegou a cair em 2020 (42%) e 2021 (48%), nos dois primeiros anos do governo de Alberto Fernández (que assumiu a presidência em 10/12/2019), quando a produção e exportação de soja, milho e trigo ainda não tinham diminuído tanto quanto em 2022 e, mais ainda, em 2023.
Desta maneira, a forte queda da produção e exportação de alimentos, somada com o impacto da Pandemia (que começou em Março de 2020) e da Guerra da Ucrânia (que teve início em Fevereiro de 2022), provocaram uma imensa escassez de dólares, o que gerou a disparada da cotação do Dólar e, logo, da taxa de inflação.
O prejuízo gerado pela queda das exportações e aumento das importações (de soja, em especial) chegou a US$ 20 Bilhões em apenas um ano.
Somando a soja, o milho e o trigo nós tivemos, na safra 2022/2023, uma produção de apenas 65 milhões de toneladas, o que representou uma redução de 45% em relação à safra anterior (2021/2022).
Somente no caso do trigo a produção argentina caiu pela metade, para apenas 11,5 milhões de toneladas. Além disso, a Argentina foi obrigada a importar 10 milhões de toneladas de soja em função da forte queda da produção interna.
O fim da seca, recuperação da produção agrícola e o desastre chamado Milei!
Com o fim da seca, a Argentina irá se recuperar economicamente a partir de 2024, voltando ao mercado internacional, pois passará a exportar, novamente, gigantescos volumes de soja, milho e trigo e que, somados, poderão atingir, ou até superar, uma produção de 100 milhões de toneladas.
Há muitos anos que a Argentina é um dos maiores exportadores mundiais de soja e milho, mas a seca devastou a produção nos últimos 4 anos, como pudemos constatar.
Agora, essa recuperação da economia argentina poderá se tornar mais sólida caso Sergio Massa seja eleito Presidente, pois é mais do que evidente que ele é muito mais preparado para governar do que o demagogo do Milei.
Milei é um completo irresponsável, que diz que irá romper relações com a China e com o Brasil, que são justamente os dois maiores parceiros comerciais da Argentina.
E daí fica a dúvida: Para quem a Argentina irá exportar?
Afinal, 90% da exportação de soja do país tem a China como destino. E o Brasil também é destino de grande parte das exportações do país, sendo o seu maior importando, comprando 14,3% das exportações argentinas. A China vem logo a seguir, comprando 9% das exportações do país.
E com relação às importações argentinas, 21,5% vem da China e 19,6% são originárias do Brasil.
Obs: Estes são dados de 2022.
Milei e suas propostas econômicas absurdas e suicidas!
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| Milei e sua ridícula motosserra, que ele aposentou no segundo turno, o que é um reflexo claro das suas posições políticas oportunistas, demagógicas e eleitoreiras. |
Somente o fato de Milei dizer que irá romper relações da Argentina com China e Brasil já deveria ser considerado um crime de traição à pátria e o mesmo deveria ser proibido de ser candidato, mesmo que fosse para síndico de prédio.
Milei também defende a dolarização da economia, isso em um país que ainda enfrenta um problema de escassez de dólares. Se a dolarização acontecer em uma situação de escassez da moeda dos EUA, então não haverá dólares suficientes no mercado. E o resultado disso é que a cotação do Dólar irá disparar. Fala-se que ela poderia atingir os 5 mil pesos, contra os 900 pesos atuais.
A dolarização iria, portanto, provocar uma hiperinflação que iria devastar a economia da Argentina, jogando o país em uma crise infinitamente pior do que a atual. A possibilidade de que isso gerasse uma rebelião popular não seria nada desprezível e o governo de Milei chegaria ao fim rapidamente.
Isso iria gerar uma crise política devastadora no país, o que iria, com certeza, levar ao seu Impeachment ou até provocar a sua derrubada que seria resultado de uma imensa rebelião do povo argentino nas ruas, em uma repetição do que aconteceu com Fernando de la Rúa em dezembro de 2001.
Desta maneira, a Argentina teria que fazer uma nova eleição presidencial em breve.
Aliás, o fato de que Milei não tem responsabilidade sobre o que fala e faz é comprovado pelo fato de que ele fechou um acordo político com Mauricio Macri e Patricia Bullrich, a quem ele chamava de terrorista no primeiro turno da campanha. Milei disse que Bullrich colocava bombas em jardins de infância.
Mas agora ele já está, na campanha do segundo turno, dizendo exatamente o contrário de tudo o que ele disse durante o primeiro turno. Assim, Milei é o candidato 'metamorfose ambulante', que desdiz tudo o que já disse antes.
E há quem leve esse demagogo a sério...
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| Sergio Massa visitou o Brasil e se encontrou com Lula e Haddad. São três lideranças políticas de natureza progressista e humanista, possuindo perfis democráticos e sendo abertos ao diálogo. |
LINKS:
Exportações de soja da Argentina irão aumentar em 125% em 2024; Faturamento irá crescer US$ 10 Bilhões:
La Niña gera pior seca em décadas e devasta agricultura do país por 3 anos seguidos, que perde quase metade da produção:
https://dialogochino.net/pt-br/agricultura-pt-br/370215-la-nina-seca-marcas-solo-argentina/
Esmagadores de soja enfrentam desastre devido à queda da produção provocada pela seca gerada pelo 'La Niña':
Seca chega ao fim, produção de milho da Argentina volta a crescer e alcança 34 milhões de toneladas:
Evolução da taxa de inflação na Argentina:
https://www.dadosmundiais.com/america/argentina/inflacao.php
O fenômeno La Niña e os seus efeitos:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-58966796
Brasil e China são os 2 principais parceiros comerciais da Argentina:
https://santandertrade.com/pt/portal/analise-os-mercados/argentina/valores-do-comercio-2
Milei fala em cortar relações com a China e com o Brasil:





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