Por que Lula adotou a postura correta no debate da 'Globo'?

Por que Lula adotou a postura correta no debate da 'Globo'? - Marcos Doniseti!

Lula foi muito bem no debate da 'Rede Globo'. Enfrentou e denunciou o bolsonarismo, apresentou propostas, lembrou como foi o seu governo e defendeu as políticas de inclusão social, distribuição de renda e de reparação histórica, como a Lei de Cotas.

Lula adotou uma postura mais combativa neste último debate presidencial do primeiro turno, realizado pela Rede Globo. 

Entendo que essa postura foi boa para Lula e por vários motivos:

1- Postura altiva e combativa!

Lula não se retraiu perante ninguém. Assim, Lula não ficou quieto quando o Bolsonaro e o padre fake o atacaram. Ele deu o troco na hora. No caso de Bolsonaro, lembrou os escândalos de corrupção do governo do mesmo.

Lula foi criticado porque, no debate da Band, não confrontou o Bolsonaro quando este o atacou na questão da corrupção. Agora, no debate da 'Globo', Lula mudou de postura e foi para cima do Bolsonaro (citando as rachadinhas, propina da vacina, etc) e do padre fake quando eles o atacaram.

Assim, Lula não deixou ataque, e nem crítica, sem resposta.

Quando o Ciro criticou o governo do PT por fatores econômicos e sociais, Lula também rebateu e mostrou que os governos do PT tiraram o Brasil de uma grave crise econômica e social, reduziram a inflação e o desemprego, pagou a dívida com o FMI, fez o Brasil acumular US$ 370 Bilhões de dólares em reservas internacionais, aumentou fortemente o fluxo de comércio internacional do Brasil (em US$ 300 Bilhões).

E neste momento Lula foi inteligente, elogiando Ciro Gomes, dizendo que o mesmo havia ajudado a melhorar o país. Isso, com certeza, não deve ter passado desapercebido por muitos eleitores de Ciro que assistiam ao debate.

Lula ganhou com esses confrontos.

E com isso ele segurou o seu eleitorado, que ficou satisfeito em ver Lula enfrentando o bolsonarismo sem hesitar. Se ele tivesse se comportado da mesma maneira que no debate da Band, então ele teria perdido votos, sim.

Então, ao se comportar dessa maneira, mais combativa, Lula reforçou o fato de que ele é o candidato certo para enfrentar e derrotar o Bolsonarismo.

2- Propostas e Memória de seu governo!

Além disso, Lula se preocupou em apresentar propostas, como a defesa do meio ambiente e as políticas de inclusão social, e também tratou de lembrar como era o Brasil em seu governo. 

Infelizmente, os adversários bolsonaristas (Bolsonaro, Kelmon e Felipe D'Avila) se preocuparam mais em atacar Lula e não em debater os problemas do país. O tal do padre teve que ser repreendido em várias oportunidades pelo William Bonner, que o relembrava das regras do debate.

3- Debate de bom nível com Simone Tebet!

Lula protagonizou, também, aquele que foi o melhor momento do debate, quando dialogou com Simone Tebet a respeito da questão ambiental. Até aquele momento quase nada havia sido debatido, de fato, mas graças a esse momento, na sequência o debate melhorou, embora o mesmo piorasse sempre que Bolsonaro, D'Avila e Kelmon voltaram para o púlpito.

4- Outro bom momento com Ciro Gomes!

Lula também protagonizou um bom momento com Ciro Gomes, mais para o final, a respeito de questões econômicas e sociais. E neste momento, Lula fez um afago em Ciro, dizendo que este o havia ajudado a melhorar a situação do Brasil em seu governo. 

Com certeza, isso não passou despercebido dos eleitores ciristas, dos quais Lula depende para liquidar a eleição no primeiro turno. Lula, na verdade, sempre elogiou Ciro e sempre procurou manter aberto os canais de diálogo com o ex-ministro do seu governo. 

Quem sabe, a partir de agora, Ciro adota uma postura diferente em relação a Lula e ao PT, permitindo-se dialogar em alto nível com ambos.

5- Conclusão!

Assim, pode-se concluir que o saldo do debate foi positivo para Lula. 

Não é possível saber se isso irá ajudá-lo a conquistar novos eleitores, o que permitiria que ele liquidasse a eleição no primeiro turno.

Porém, Lula deixou claro que ele é o mais forte e o melhor candidato para derrotar Bolsonaro e que está disposto a dialogar em alto nível com outras lideranças políticas, como são os casos de Simone Tebet e Ciro Gomes.