Pedro Doria e a avaliação errada sobre o impacto político do Impeachment Golpista de Dilma!

Pedro Doria e a avaliação errada sobre o impacto político do Impeachment Golpista de Dilma! - Marcos Doniseti!

 

Comentando a avaliação equivocada que Pedro Doria e outros colunistas da Grande Mídia fizeram sobre o Impeachment Golpista de Dilma!

1) Eles pensaram que a aprovação do Impeachment Golpista da Dilma iria destruir o PT e a liderança popular de Lula, colocando o bloco PSDB-MDB-DEM (Direita Tradicional) no poder;

2) Esse bloco da Direita Tradicional assumiu o poder no governo Temer e fez uma porcaria de governo;

3) As políticas neoliberais antipopulares (arrocho salarial, reforma trabalhista, privatizações, terceirização, desnacionalização da economia, etc) do governo Temer geraram recessão, desemprego, fome e miséria para o povo, empobrecendo a população;

4) Assim, com o fracasso total de suas políticas neoliberais, Temer terminou o seu governo com índices extremamente baixos, com ridículos 7% de aprovação e 62% de reprovação. Como é que um governo tão ruim e impopular como esse pode pensar em ganhar eleição presidencial? Sem chances;

5) O elevado grau de impopularidade de Temer impediu que o bloco PSDB-MDB-DEM se mantivesse unido e lançasse uma candidatura viável para a sucessão de Temer. Ele se dividiu entre as candidaturas de Alckmin (PSDB-DEM e outros partidos conservadores: PTB, PP, PR...) e Meirelles (MDB);

6) O fracasso do governo Temer abriu caminho para a ascensão de Bolsonaro e Moro pelo campo da Extrema Direita, apresentando-se como representantes da antipolítica tradicional ('se gritar pega Centrão...'), o que funcionou, mesmo que isso fosse uma falácia;

7) Muitos líderes do bloco PSDB-MDB-DEM apoiaram Bolsonaro já no primeiro turno, abandonando as candidaturas de Alckmin (PSDB) e de Meirelles (MDB), que eram identificadas com o altamente impopular governo Temer;

8) Moro e Bolsonaro se uniram para barrar Lula e o PT;

9) Assim, unidos, Bolsonaro e o Moro conquistaram o eleitorado direitista e conservador que, antes, votava no PSDB, e que se radicalizou política e ideologicamente a partir do caso do 'Mensalão' de 2005, processo este que se intensificou após as jornadas de Junho de 2013;

10) Quando o Bolsonaro e o Moro romperam, já no governo do primeiro, o atual presidente conseguiu segurar esse eleitorado com ele. Foi exatamente isso que esvaziou, agora, a candidatura presidencial do Moro;

11) Sem o seu antigo eleitorado, que foi capturado por Bolsonaro, o PSDB ficou reduzido a esses parcos 2% ou 3% das intenções de voto, que é o que o Doria tinha antes de desistir da sua candidatura presidencial. Simone Tebet (MDB), agora, repete os mesmos números de Doria, antecipando o fracasso de sua candidatura;

12) Além do PSDB, o MDB e o DEM também encolheram, abrindo caminho para partidos e lideranças de Extrema Direita. Em 2018 o maior beneficiado com isso foi o PSL, para o qual Bolsonaro se filiou para ser candidato a Presidente;

13) Depois, o DEM, para poder sobreviver, se uniu ao mesmo PSL (abandonado por Bolsonaro e filhos), criando o União Brasil, que deu abrigo ao Moro, mas que agora está com Bolsonaro, pois a candidatura do ex-juiz naufragou rapidamente;

14) O fracasso monumental do governo Bolsonaro tornou a reeleição deste virtualmente impossível, devido à sua imensa impopularidade, o que abriu caminho para a volta de Lula como o grande nome da oposição;

15) Lula montou, inteligentemente, uma Frente Ampla de perfil democrático e civilizatório que esvaziou o espaço para a ascensão de outra candidatura de oposição ao Bolsonaro (mesmo que moderada ou disfarçada);

16) A estratégia de Lula isolou o atual governante no campo da Extrema Direita e dos segmentos políticos mais fisiológicos, que desejam apenas desfrutar das benesses de participar do governo;

17) Assim, Lula capturou praticamente todo o eleitorado oposicionista do país (alguns poucos ainda estão com Ciro), tornando-se o grande favorito para vencer a eleição deste anos;

18) Lula somente não irá vencer a eleição presidencial se essa não acontecer. Por isso mesmo que o Bolsonaro vive fazendo ataques e ameaças ao processo eleitoral;

19) Assim, toda a estratégia do Grande Capital, da Grande Mídia (que é controlada pelo Grande Capital) e dos tucanos neoliberais fracassou;

20) O cenário atual é o seguinte:

20A - A Direita Tradicional não possui nenhum candidato viável, sendo que os antigos e tradicionais PSDB-MDB estão reduzidos à insignificância em termos de disputa presidencial e se digladiam internamente sobre qual o rumo a seguir. Já os líderes do DEM levaram o partido a se unir com o PSL e criaram a 'União Brasil' para conseguir sobreviver;

20B- Moro foi engolido por Bolsonaro;

20C - Bolsonaro possui um teto eleitoral de, no máximo, 35% dos votos válidos;

20D - Lula tem grandes chances de liquidar a eleição no primeiro turno, embora a sua campanha trabalhe, corretamente, sem partir dessa possibilidade. Afinal, cautela e caldo de galinha não fazem mal para ninguém;

21) É por tudo isso que o Pedro Doria disse que ele não soube avaliar o impacto político do Impeachment. 

Link:

Temer termina governo com reprovação de 62% e aprovação de 7%:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/12/27/reprovacao-de-temer-recua-para-62-no-fim-do-governo-diz-datafolha.ghtml

Comentários