França - Esquerda (NUPES) avança nas eleições realizadas no exterior e pesquisas mostram crescimento da Esquerda, que pode tirar maioria absoluta de Macron no Parlamento!
França - Esquerda (NUPES) avança nas eleições realizadas no exterior e pesquisas mostram crescimento da Esquerda, que pode tirar maioria absoluta de Macron no Parlamento! - Marcos Doniseti!
O 'La République en Marche', que é o partido de Macron, corre grandes riscos de perder a maioria absoluta no Parlamento francês, o que o obrigaria o mesmo a negociar com a oposição a nomeação do novo Primeiro Ministro do país.
Essa ameaça vem do crescimento da NUPES (Nova União Popular Ecológica e Social), aliança de Esquerda Progressista que uniu 'A França Insubmissa', liderada por Mélenchon, os Socialistas, Verdes e Comunistas, além de 2 outros partidos menores (Grupo Ecológico e Movimento.s).
Esse é um acontecimento histórico para as Esquerdas francesas, pois é a primeira vez em que elas se uniram para uma eleição de dimensão nacional em muito tempo.
E essa união das Esquerdas francesas já se refletiu no primeiro turno das eleições para o Parlamento francês que foram realizadas no exterior neste final de semana e que mostraram um expressivo das candidaturas do NUPES.
Assim, dos 12 distritos em que as eleições foram realizadas no exterior a NUPES se qualificou para o segundo turno em 10 distritos, o mesmo número do LREM-Ensemble (liderado por Macron) e sempre com ótimos percentuais de votos. Esses resultados mostraram a força das candidaturas do NUPES em um patamar maior do que aquele que se esperava.
Além disso, o NUPES se uniu inteiramente em torno do nome de Jean-Luc Mélenchon para o cargo de Primeiro Ministro, o que o colocou na condição de principal opositor a Macron, deixando a candidata Marine Le Pen, da 'Reunião Nacional', de Extrema Direita, em segundo plano. Os próprios líderes do 'Ensemble-LREM' reconhecem esse fato.
E novas pesquisas divulgadas nesta semana também mostraram o crescimento da NUPES e indicam a possibilidade de que Macron e seu partido (LREM) não conquistarem a maioria absoluta para o Parlamento, que possui atualmente, nestas novas eleições.
Isso acendeu o 'sinal amarelo' entre Macron e seu partido, que percebem que poderão sofrer uma grave e inesperada derrota, pois os ótimos resultados conquistados pela NUPES irão, é claro, representar um grande impulso para as suas candidaturas em toda a França, pois elas se mostraram bastante competitivas nas eleições que se realizaram no exterior.
Até mesmo a final caótica da Champions League, entre Real Madrid X Liverpool, que se realizou em Paris e terminou com a vitória do clube espanhol, na qual ocorreram cenas de violência típicas de um país desorganizado e governado por incompetentes, está gerando desgaste para o governo de Macron.
O
'Ensemble-LREM' também sofreu com dissidências de outros candidatos,
que não aceitaram ficar de fora da disputa eleitoral e se lançaram como
candidatos independentes, o que acarretou até mesmo a derrota de um
ex-Primeiro Ministro, Manuel Valls. E um total de 91 membros do Ensemble
foram expulsos em função de se declararem dissidentes.
Uma pesquisa Ifop-Fiducial recente também mostrou que o bloco 'Ensemble-LREM', liderado por Macron, poderá conquistar de 250 a 290 deputados, sendo que a maioria absoluta no Parlamento é conquistada com 289 deputados (o total é 577).
O fato concreto é que existe um cansaço e um desgaste significativo entre muitos franceses com as políticas neoliberais de arrocho, de reformas neoliberais e de austeridade que foram adotadas por Macron, como é o caso do aumento da idade mínima para aposentadoria para 65 anos, proposta que é bastante impopular.
Entre os próprios membros do 'Ensemble' macronista já existem muitas dúvidas sobre a possibilidade de que os partidos da aliança conseguirão conquistar a maioria absoluta no Parlamento.
E quem mais está se beneficiando com esse desgaste é a NUPES, liderada por Jean-Luc Mélenchon.
O primeiro turno das eleições legislativas será no próximo dia 12 e o segundo turno irá ocorrer no dia 19 de Junho.
Link:
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'La République en Marche' e seus aliados tentarão manter a maioria absoluta na Assembleia Nacional, em uma votação que promete ser muito mais apertada do que em 2017:
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