Vem aí o governo Ciro Temer Sarney Gomes: O futuro político do Brasil na Era Pós-Bolsonaro!

Vem aí o governo Ciro Temer Sarney Gomes: O futuro político do Brasil na Era Pós-Bolsonaro! - Marcos Doniseti!

José Sarney e Michel Temer: Um governo Ciro Gomes seria sustentado pela Direita Tradicional Neoliberal, a mesma que deu apoio aos governos de Sarney (1985-1990) e Temer (2016-2018). O conservadorismo do primeiro, combinado com as políticas Neoliberais Ultrarradicais do segundo, seriam a tônica de um eventual governo de Ciro Gomes. A Casa-Grande troca de rosto, mas os seus interesses e privilégios são sempre preservados por Presidentes que lhes são inteiramente submissos. E é justamente por isso que ela recusa qualquer governo do PT, pois com este governando os seus interesses e privilégios ficam, sim, prejudicados, como acontece quando os pobres começam a ter bastante acesso ao Ensino Superior, a Petrobras quadruplica a sua participação no PIB do país e os bancos públicos tiram mercado dos bancos privados. 

Ciro será uma mistura de Sarney com Temer da Era Pós-Bolsonaro!

1) Forças Progressistas: Aliança e chapa única para Presidente e Governos estaduais!  

As forças progressistas (PT, PSOL, PCdoB) tem uma única opção para a eleição presidencial de 2022: Formar chapa única, com Lula ou Haddad para Presidente e Manuela ou Flávio Dino, do PCdoB, como Vice. 

Boulos seria complicado como Vice de Lula ou Haddad, pois todos eles fizeram carreira política em SP. E chapa pura paulista em eleição presidencial não dá, né?

O mesmo poderia acontecer nas eleições para os governos estaduais, com PT, PSOL e PCdoB formando o máximo de alianças para os mesmos no país inteiro, aumentando as chances de levar seus candidatos para o segundo turno, o que iria colaborar para fortalecer a candidatura presidencial;

2) São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul!

Boulos (PSOL) poderia ser candidato a governador de SP, com o Jilmar Tatto (PT) ou outro nome do PT de Vice e ele também contaria com o apoio do PCdoB. 

E Manuela (PCdoB) seria a candidata dos 3 partidos ao governo do estado do Rio Grande do Sul. 

Em Pernambuco, a unidade deveria ser feita em torno da candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo do estado, com o apoio do PSOL e do PCdoB.

No Rio de Janeiro, a eleição se daria em torno da candidatura de Marcelo Freixo (PSOL), que poderia ter Benedita da Silva (PT) ou Jandira Feghali (PCdoB).

E assim por diante;

3) Prioridade para eleições ao Poder Legislativo!

Mas, de fato, entendo que as forças Progressistas deveriam, de fato, deixar a eleição presidencial e para cargos majoritários (Presidente, Governador), em segundo plano e priorizar totalmente as eleições para o Poder Legislativo, pois é neste que as decisões são realmente tomadas. 

E no caso do Congresso Nacional, o principal seria priorizar a eleição para Deputados Federais, lançando nomes fortes e bastante conhecidos, para puxar votação para as legendas. 

Até o Bolsonaro percebeu isso e caiu na real, sendo que acabou se aliando ao Centrão (PP, PL, PTB e Republicanos), bem como ao DEM e ao PSD, o que impediu que ele fosse derrubado, garantindo-lhe a sustentação política necessária para se manter no cargo até o final do mandato.

Então, as forças Progressistas deveriam lançar muitos dos seus nomes e lideranças mais fortes para deputado estadual e federal, principalmente, conquistando uma grande votação e formando grandes bancadas legislativas nos planos estadual e federal. 

Somente assim elas poderiam vir a ter força suficiente para bloquear medidas altamente prejudiciais aos interesses dos pobres e dos trabalhadores;

A Dívida Pública Bruta disparou após a derruba de Dilma e já está em 90% do PIB. Em breve ela chegará a 100% do PIB, o que significa que o próximo Presidente herdará um país literalmente falido. 

4) Ciro é forte candidato pela Direita Tradicional Neoliberal!

Ciro já se bandeou para o lado da Direita Tradicional Neoliberal desde 2016 pelo menos, e se tornou um aliado natural do DEM e de todas as forças Conservadoras do país. O PDT, o PSB e o DEM estiveram unidos em muitas cidades nestas eleições, principalmente no Nordeste.

E agora o próprio Ciro já declarou que deseja atrair o PSDB e o Centrão também para a sua candidatura. Este último ele tentou atrair em 2018, mas o mesmo preferiu apoiar Alckmin, no que foi um grande erro. 

Na época, muitos analistas políticos diziam que Alckmin estaria no segundo turno contra o candidato do PT, enquanto eu afirmava que ele não tinha nenhuma chance disso acontecer, pois a imagem dele e do PSDB estava muito desgastada por tantos escândalos envolvendo as suas principais lideranças, incluindo o próprio Alckmin.

Acertei em cheio e os analistas políticos erraram feio; 

Então, se o Ciro conseguisse tudo isso, ou seja, o apoio do DEM e de, pelo menos, uma grande parte do Centrão, ele aumentaria muito as suas chances de conseguir também o apoio do MDB, do PSD (Kassab não monta em cavalo errado) e de grande parte do PSDB, que abandonaria Doria, tal como este abandonou Alckmin em 2018;

Então, desta maneira, Ciro unificaria quase toda a Direita Tradicional Neoliberal (MDB, DEM, PSD, partes do PSDB, Centrão) em torno da sua candidatura e Bolsonaro ficaria isolado com o eleitorado da Extrema-Direita, o que poderia ser suficiente para levá-lo ao segundo turno, mas sem o apoio de mais ninguém, o que seria derrota na certa.

O problema de Ciro é que ele tem um adversário forte na disputa pelo apoio do Centrão e da Direita Tradicional, que é o governador João Doria, mas este sempre aparece com intenções de votos em torno de 4% nas pesquisa, enquanto Ciro aparece com algo em torno de 12%, bem acima.

E para os partidos do Centrão (PP, PL, PTB e Republicanos) e da Direita Tradicional (MDB, DEM, PSDB, PSD) é montar no cavalo certo. 

Em 2018, o MDB escolheu Meirelles e o Centrão, com DEM junto, apoiou Alckmin, sendo que ambos fracassaram totalmente na eleição. Agora, esse agrupamento de partidos deverá refletir melhor sobre o que é mais interessante antes de tomar uma decisão e isso passará, essencialmente, pelas chances de cada um, Ciro e Doria, em 2022. 

Quem tiver maiores chances ficará com a noiva, ou seja, o apoio das forças Conservadoras (Direita Tradicional e Centrão). 

5) Ciro favorito!  

Neste cenário, com o apoio da maior parte das Forças Conservadoras, Ciro iria para a eleição como o grande favorito, mas com um grande problema (para o país e para o seu povo, não para Ciro): Um governo com essa base política seria, naturalmente, um governo controlado pela Direita Tradicional Neoliberal. Seria um governo de perfil bastante Conservador. 

Assim, o PDT e o PSB seriam meros coadjuvantes em um governo com essa configuração e não teriam a menor influência no governo como um todo, cuja linha política seria determinada pelos partidos mais fortes da Direita Tradicional (MDB, PSDB, DEM, PSD, PP), ficando apenas com algumas migalhas em termos de participação, com alguns ministérios menos importantes. 

Mas como o PDT e o PSB não são partidos muito grandes, são partidos médios e sem grande penetração nacional, concentrando a sua força política e eleitoral em poucos estados (Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul), então esse pouco que lhes seria concedido por esse governo Ciro seria suficiente para deixar os dois partidos muito felizes. 

E se o PDT e o PSB decidissem romper com o governo Ciro, por falta de espaço, eles seriam descartados sem maiores problemas por Ciro, que teria a garantia de apoio de toda a Direita Tradicional Neoliberal, o que seria mais do que suficiente para continuar governando com tranquilidade. 

Mas dificilmente o PDT e o PSB romperiam com o governo Ciro, pois o bônus de ser governo é bem mais atraente do que o ônus de ser oposição, tendo acesso a cargos e verbas bilionárias. 

A pobreza foi fortemente reduzida nos governos Lula e Dilma, entre 2003 e Maio de 2016, mas após a derrubada desta ocorreu um gigantesco aumento. Grande parte dos ganhos conquistados em 13 anos de governos do PT foram jogador fora. 

6) Bolsonaro!

E o Bolsonaro? Bem, a tendência é de forte queda nos índices de aprovação dele até 2022. Aliás, bastou ocorrer a redução no valor do auxílio emergencial, de R$ 600 para R$ 300, para que a popularidade dele já começasse a diminuir. 

E em 2021 o cenário econômico e social deverá se agravar bastante, pois o auxílio emergencial chegará ao fim. 

Além disso, o Banco Central deverá aumentar a taxa Selic em breve, por exigência dos credores, que estão preocupados com o forte aumento da Dívida Pública, que deverá superar os 100% do PIB em breve.

Além disso, a inflação está subindo bastante e isso deverá continuar em 2021, aprofundando ainda mais a taxa de desemprego. E com isso a taxa de desemprego, que já é altíssima (14,6%), irá subir bastante em 2021. 

Portanto, todo o cenário econômico e social deverá piorar bastante no Brasil nos próximos dois anos, o que irá reduzir bastante a aprovação de Bolsonaro, levando a uma sensível redução nas suas chances de ser reeleito;

7) Governo Ciro Sarney Temer Gomes! 

Logo, um governo Ciro Gomes seria uma espécie de 'Michel Temer 2 - A Missão' ou então ele seria o José Sarney da era Pós-Bolsonaro. O mais provável, mesmo, é que um eventual governo Ciro seria uma mistura de Sarney e Temer. 

Este seria o governo Ciro Sarney Temer Gomes. 

Aliás, não se pode esquecer que a família de Ciro (os Ferreira Gomes) controlam a cidade cearense de Sobral desde 1890, quando o bisavô de Ciro (José Ferreira Gomes) foi escolhido para ser o intendente de Sobral. E o atual prefeito de Sobral se chama... Ivo Ferreira Gomes, que é irmão de Ciro. 

Logo, no caso dos Ferreira Gomes, trata-se de um clã familiar bem estabelecido politicamente, de perfil bastante tradicional e conservador. Tanto isso é verdade que o pai de Ciro foi da ARENA e o próprio Ciro foi do PDS, ambos partidos que deram sustentação à Ditadura Militar. Depois, quando a Ditadura afundava, ele entrou no PMDB e, quando o PMDB se enfraqueceu, ele o abandonou e ajudou a fundar o PSDB. 

Oportunismo é isso aí... 

Portanto, um eventual governo de Ciro Gomes iria adotar políticas bastante conservadoras como as de Sarney, mas com alguns traços de 'populismo', para iludir a classe média e os mais pobres, com a manutenção das políticas Neoliberais Ultrarradicais do governo Temer. Ele também poderia adotar o mesmo slogan de Sarney, o 'Tudo Pelo Social'. 

Para relembrar: Sarney (PDS, PFL, MDB) sucedeu aos governos da Ditadura Militar e fez um governo tradicional, conservador, mas sem tantos abusos e violências da época da Ditadura, com o apoio do PMDB e do PFL, os dois maiores partidos do país naquela época e do qual os principais partidos conservadores, que Ciro deseja atrair, são herdeiros, incluindo o MDB, o PSDB, o DEM, o PP e o PSD.

Uma base políticas dessas lhe tranquilidade para governar e concluir o mandato, sem problema algum.

Depois de 4 anos 6 meses que Dilma foi derrubada o PIB brasileiro ainda está longe de alcançar o patamar que foi atingido em 2014. Foi logo após o início do movimento golpista (Pautas-Bomba, Lava Jato, manifestações pelo Fora Dilma) que a situação do país começou a piorar e isso não parou mais. 

8) O governo Ciro Temer Sarney Gomes! - Uma m...a, mas uma m...a conhecida e previsível! 

O governo Sarney foi uma m...a, mas isso não importa para o Grande Capital, que viu os seus interesses plenamente preservados pelo mesmo. E depois, alguns setores poderosos e influentes do Grande Capital fabricaram um 'novo' candidato, que se apresentou como um Salvador da Pátria e venceu a eleição, que foi o Fernando Collor, é claro. 

Resultado: No governo Sarney o Brasil continuou na mesma situação precária de antes e com a economia em situação catastrófica. Desta maneira, Sarney terminou o governo com popularidade próxima de zero, com o Estado falido e com uma taxa de inflação de 100% ao mês.

Mas o que interessa é que os privilégios e interesses do Grande Capital e da Casa-Grande foram preservados;

9) Governo Ciro Sarney Temer Gomes: A Casa-Grande pode dormir tranquila! E para a Senzala sobrarão algumas migalhas! 

Ciro faria o mesmo no Pós-Bolsonaro: Ele comandaria um governo tipicamente Direitista, Conservador, Tradicional e Neoliberal, que não mexeria em nada nos interesses e políticas que são do agrado do Grande Capital, seja brasileiro, seja internacional. 

Ciro seria o novo José Sarney e o novo Michel Temer, ao mesmo tempo. 

Ciro seria o Sarney e o Temer da era Pós-Bolsonaro.

Portanto, o seu governo não mudaria nada no país, é claro. Tudo continuaria como dantes no quartel de Abrantes. 

 Assim, a turma da Casa-Grande poderia dormir tranquilamente. E a turma da Senzala que se contente com as migalhas, oras!

10) Operação Ciro Sarney Temer Gomes e as suas chances de sucesso!  

A minha avaliação é que as chances desta operação 'Ciro Gomes - O Sarney e o Temer da Era Pós-Bolsonaro' dar certo são muito grandes, principalmente se o Grande Capital se unir em torno da mesma. 

O Brasil continuará na mesma situação de agora, com políticas Neoliberais erradas e fracassadas sendo aprofundadas e radicalizadas, mas os interesses da Casa-Grande continuariam sendo preservados e fortalecidos, enquanto que povo continuaria vivendo na Senzala eterno, passando fome e na miséria.

11) Resumindo!

Estamos f... 

Durante os governos Lula e Dilma o Salário Mínimo teve um grande aumento no seu poder de compra, mas este passou a diminuir bastante nos governos Temer e Bolsonaro. 

Links:

Ciro Gomes prefere aliança com o PSDB ao PT e sugere que Lula vai enganar Flávio Dino | Revista Fórum (revistaforum.com.br)

Exclusivo: Bastidores do gabinete do ódio que age em nome de Ciro e do PDT | Revista Fórum (revistaforum.com.br)

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