Afinal, porque a popularidade de Bolsonaro aumentou mesmo em meio a Pandemia de Covid-19 e com a economia desmoronando?
Afinal, porque a popularidade de Bolsonaro aumentou mesmo em meio a Pandemia de Covid-19 e com a economia desmoronando? - Marcos Doniseti!
Gramsci e o tempo dos monstros.
Afinal, porque Bolsonaro não sofre desgaste em função das denúncias de 'Rachadinha', da prisão de Fabrício Queiroz e dos vários escândalos em seu governo?
A verdade é que o eleitorado conservador e direitista que aderiu à Bolsonaro em 2018 nunca ligou a mínima para o tal discurso da anticorrupção ou para o discurso da moralização da vida política.
Estes discursos foram usados apenas para atacar aos governos de coalizão anteriores, do PSDB e do PT (como os de FHC, Lula e Dilma).
Esses pseudo-moralistas de ocasião apenas usaram o discurso anticorrupção para atacar Lula e Dilma e tirar o PT do governo. Mais nada.
E o discurso contra governos de coalizão também foi feito para enganar as pessoas, pois no Brasil a própria Constituição e o sistema politico, partidário e eleitoral obrigam todos os governantes a fazer governos de coalizão, pois se não o fizerem não conseguirão governar.
Assim, todos os governantes (Presidente, Governadores, Prefeitos) fazem governos de coalizão. Todos. Sem qualquer exceção.
Mas nunca existiu qualquer preocupação real, por parte do eleitorado conservador e direitista, com nada disso (corrupção, governos de coalizão). Somente os eternos desinformados é que acreditaram nessas asneiras.
É por isso que, mesmo com as denúncias envolvendo as 'Rachadinhas', a aliança com o 'Centrão' (que é um bloco político conservador e direitista claramente fisiológico e que possui muitos dos seus membros envolvidos com graves denúncias de corrupção e outros crimes), a prisão de Fabrício Queiroz e os vários escândalos em seu governo, Bolsonaro não sofreu nenhuma redução em seu nível de aprovação.
Na verdade, a aprovação de Bolsonaro aumentou bastante recentemente, mesmo com a Pandemia de Covid-19 matando cerca de 120 mil pessoas em apenas 6 meses e já chegando perto de ter contaminado 4 milhões de pessoas. Na verdade, os números de casos e de mortes são ainda maiores, pois muitos casos não foram notificados.
Uma explicação para esse fenômeno é que a atual configuração do mercado de trabalho no Brasil beneficiou a estratégia de Bolsonaro de combater a quarentena provocada pela Pandemia de Covid-19, que paralisou grande parte da atividade econômica do país por vários meses, o que gerou imensos prejuízos para grande parte da população.
E como o Brasil passou a possuir, nos últimos anos, um elevado percentual de trabalhadores autônomos, informais, pequenos empresários (comerciantes, em especial), trabalhadores ambulantes, entregadores de aplicativos e de micro empreendedores individuais, estes passaram a ver em Bolsonaro alguém que estaria preocupado com os seus níveis de emprego e de renda.
Desta maneira, Bolsonaro virou uma espécie de herói para este vasto segmento da população brasileira.
Essas mudanças no mercado de trabalho ocorreram em função da maior Depressão Econômica de nossa história, que começou em 2015 e que ainda continua em 2020, bem como devido às várias reformas Neoliberais (Trabalhista, Previdenciária) e ao desmonte dos programas sociais, que ocorreu a partir do governo Temer. Assim, milhões de pessoas foram retiradas do Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida foi desativado.
O salário mínimo, por sua vez, passou a sofrer um arrocho no seu poder de compra a partir do governo Temer, sendo reajustado apenas pelo índice de inflação, embora o custo de vida dos mais pobres seja superior à mesma.
Mas, apesar de tudo isso, a considerável parcela da população que apoia Bolsonaro entende que o país já estava em crise quando ele tomou posse e, agora, o vê como a única liderança política que se preocupou em defender as suas fontes de renda durante a Pandemia de Covid-19.
Logo, Bolsonaro não é apenas não é visto como o responsável pela crise atual, como ainda é visto por muitos como o único que deseja tirar o país dessa situação catastrófica.
Logo, caso as forças Progressistas não façam uma análise política realista e pragmática e não se unam desde já, nesta eleição municipal, e passem a defender um programa de mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais que se oponha aos planos do governo Bolsonaro, então as chances delas sofrerem uma derrota humilhante em 2022 são muito grandes.
Links:
Avaliação de Bolsonaro melhora:
Bolsonaro cresce em pesquisa para 2022:
https://revistaforum.com.br/pesquisaforum/bolsonaro-avanca-e-haddad-passa-moro-em-pesquisa-forum/
Forças progressistas estão subestimando Bolsonaro:
Eleitor de Bolsonaro não liga para a 'rachadinha':
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