Pesquisa 'FSB/Veja': Direita tem 30% do eleitorado! Forças Progressistas tem outros 30%! Quem decide a eleição são os outros 40%!

Pesquisa 'FSB/Veja': Direita tem 30% do eleitorado! Forças Progressistas tem outros 30%! Quem decide a eleição são os outros 40%! - Marcos Doniseti!
Pesquisa do instituto 'FSB', que foi divulgada pela revista 'Veja', mostrou que Lula é o único nome das forças Progressistas que tem condições de derrotar Bolsonaro em 2022. Enquanto isso, a Direita Tradicional não tem nenhum nome viável, mostrando que a polarização entre as forças Progressistas e da Direita Radical veio para ficar e deverá durar um bom tempo, salvo algum desastre que leve o governo Bolsonaro para o buraco.

Pesquisa feita pelo instituto 'FSB' de avaliação sobre o governo Bolsonaro, que foi realizada com 2 mil eleitores, por telefone (fixo e móvel), entre os dias 29/11 e 02/12 deste ano, mostrou os seguintes resultados:

Ótimo/Bom - 31%;
Regular - 31%;
Ruim/Péssimo - 35%.

Quanto ao cenário para uma eleição presidencial, os resultados foram os seguintes:

Bolsonaro - 32%;
Lula - 29%;
L. Huck - 10%;
Ciro - 9%;
Amoêdo - 5%;
Doria - 4%;
BR/NU/NS - 11%.

Com base nos resultados da pesquisa, cujos resultados completos vocês podem acessar no link que publiquei após o texto, pode-se tirar algumas conclusões importantes e que são as seguintes:

1) Direita possui 30% do eleitorado brasileiro!

Esses 31% de aprovação do governo Bolsonaro, que é mostrado pela pesquisa Datafolha, são o piso do eleitorado brasileiro que se identifica com valores Direitistas e Conservadores.

Qualquer candidato de Direita, no Brasil, têm, no mínimo, 30% dos votos garantidos em uma eleição presidencial. Este também era o piso do eleitorado que votou nos tucanos em 2002, 2006, 2010 e 2014. 

Assim, antigamente esses eleitores mais conservadores votavam no PSDB, mas agora eles votam em Bolsonaro, que conquistou esse eleitorado em 2018 e que o mantém fiel à sua liderança até o momento.

A comprovação disso é que o tucano João Doria, governador de São Paulo, aparece com ridículos 4% na pesquisa FSB/Veja, pois o eleitorado do PSDB migrou quase que totalmente para Bolsonaro.

A única possibilidade de um candidato da Direita Tradicional, tucano ou do PMDB/DEM, voltar a ter alguma chance de vencer uma eleição presidencial seria que a aprovação de Bolsonaro despencasse para um patamar em torno de 10% a 15% e, com isso, as chances de se reeleger acabassem evaporando.

E a julgar pelas pesquisas mais recentes isso ainda não irá acontecer. Talvez um desempenho muito ruim da economia e da área social em 2020 venha a gerar esse desgaste do governo Bolsonaro, mas isso é um cenário que terá que se confirmar. 

Não é impossível, pois a economia continua patinando em um patamar de crescimento muito baixo, sendo que o crescimento do PIB em 2019 deverá ficar em torno de 1,1%, que é o mesmo patamar de 2017 e 2018, no governo Temer.  

A taxa de desemprego de Outubro de 2018, por exemplo, foi de 11,7% e em Outubro de 2019 foi de 11,6%, confirmando claramente o cenário de Estagnação da economia em 2019. E se somarmos os 12,4 milhões de desempregados com os 4,8 milhões de desempregados por desalento o Brasil tem, agora, uma taxa de desemprego que supera os 16%. Somente a pequena e falida Grécia possui uma taxa maior do que a do Brasil entre as principais economias do mundo.

Com isso, o Brasil teve o quinto ano consecutivo de crise, que começou justamente com o início do movimento Golpista em 2015. Já são cinco anos de uma Grande Recessão que é a pior da história do país.

Se em 2020 não tivermos uma retomada mais forte da economia, que leve a uma significativa queda da taxa de desemprego, então o governo Bolsonaro poderá enfrentar uma forte queda na sua taxa de aprovação e chegará enfraquecido na eleição municipal do próximo ano;
Brasil: A evolução da taxa de Desemprego mostra que a mesma cresceu apenas a partir de 2015, quando o movimento Golpista teve início. No final de 2014 a taxa era de 6,5% (Dezembro de 2014) e agora ela está em 11,6% (Outubro de 2019).

2) Direita Tradicional não tem nome viável para eleição presidencial e o PSDB virou um novo PMDB!

O fato concreto é que apoiar o Golpe contra Dilma e o PT transformou o PSDB em um partido que não disputa mais o cargo máximo do país com qualquer chance de vitória. Os tucanos não tem nenhum candidato viável, como fica claro pela pesquisa FSB/Veja. 

Desta forma, o Golpe fez com que o PSDB se transformasse em um novo PMDB ou em um novo DEM, ou seja, ele virou um partido com força política considerável em muitos estados e municípios, elegendo muitos prefeitos, deputados (estaduais e federais), senadores e governadores, mas que não possui mais um nome forte com chances reais de vencer uma eleição presidencial. 

Assim, quem mais batalhou pelo Golpe contra Dilma, que foi a Direita Tradicional, que é representada politicamente principalmente pela trinca PSDB, PMDB e DEM, acabou se tornando a sua maior vítima.

A radicalização política, social e ideológica promovida pela Direita Tradicional abriu e ampliou bastante o espaço para um discurso mais agressivo politicamente que é aquele feito por uma Direita Radical que, antigamente, atraia uma pequena fatia do eleitorado, mas que cresceu bastante a partir da derrubada de Dilma. 

E esta Direita Radical atraiu quase todo o eleitorado tucano e direitista de antigamente e ainda se unificou em torno do nome de Bolsonaro, relegando os três grandes partidos da Direita Tradicional a um papel secundário, embora ainda tenham força no poder Legislativo e nos âmbitos estaduais e municipais.

Logo, o PSDB, o DEM e o PMDB, quando decidiram adotar essa estratégia de radicalização política e social e decidiram levar adiante o Golpe contra Dilma e defender a prisão de Lula, cometeram um grave erro estratégico e acabaram jogando uma bomba atômica nos próprios pés.

Tudo indica, portanto, que este cenário de polarização entre as Forças Progressistas, cuja principal liderança é Lula, e a Direita Radical, liderada por Bolsonaro, veio para ficar e irá prevalecer por muitos anos;

A Dívida Pública Bruta e Líquida do Brasil despencaram durante os governos Lula e Dilma: Em 2002 a Dívida Pública Bruta era de 81% do PIB e terminou 2015 em 60% do PIB. Já a Dívida Pública Líquida despencou de 60% do PIB (2002) para 36% do PIB (2015).

3) Forças Progressistas também possuem 30% do eleitorado nacional!

Outros 30% dos brasileiros são claramente de eleitores Progressistas, como fica claro pelos 29% das intenções de voto de Lula na pesquisa FSB.

Estes 30% também são o piso de qualquer candidato com esse perfil Progressista em uma eleição presidencial.

Para se constatar isso basta ver que Haddad teve 25% na última eleição presidencial e se somarmos a esses votos os eleitores petistas/progressistas que votaram 'útil' em Ciro Gomes no primeiro turno, já temos os 30% que é o piso, também, dos candidatos Progressistas em uma eleição presidencial.

A libertação, mais do que justa, do ex-Presidente Lula, acabará por solidificar a manutenção destes 30% do eleitorado Progressista em torno de sua liderança. 

Agora, Lula está livre para percorrer o país inteiro e tentar levar adiante uma estratégia de aproximação dos principais partidos e lideranças Progressistas do país a fim de fortalecer os partidos deste 'bloco', que reúne partidos como PT, PCdoB, PSOL e também algumas lideranças do PDT e do PSB, embora estes dois últimos partidos possuam alas mais conservadoras que são significativas. 

Inclusive, alguns parlamentares do PDT e do PSB votaram a favor da derrubada de Dilma e da reforma da Previdência;

4) Bolsonaro 32% X 29% Lula - Empate entre candidatos da Direita Radical e Progressista!

Assim, não é à toa que Bolsonaro tem 32% e Lula tem 29% na pesquisa FSB/Veja, o que configura uma clara situação de empate técnico entre as duas grandes lideranças políticas do país.

De fato, ambos tem 30% dos eleitores garantidos para as suas candidaturas, pois eles unificam o eleitorado que se identificam com os valores e propostas que cada um dos campos políticos defendem para o país.

Esse é o piso das duas candidaturas e destes dois blocos políticos e partidários sairá o vencedor da eleição presidencial de 2022;
A participação do BNDES na oferta total de crédito na economia brasileira despencou após a derrubada de Dilma. E como o BNDES é o único banco brasileiro que oferece crédito de longo prazo e com juros baixos para grandes projetos de Investimentos Produtivos (infra-estrutura, indústria, exportações). Assim, a economia do país passa a ter imensas dificuldades para retomar o crescimento. Com isso, o Brasil mergulhou em uma Grande Recessão e cresce à ridícula taxa de 1,1% ao ano, pouco acima do crescimento da população, que é de 0,8% ao ano.

5) 40% dos eleitores são Independentes: Eles é que decidem a Eleição Presidencial!

Portanto, quem vai decidir a eleição presidencial  de 2022 são os outros 40% do eleitorado brasileiro. 

Estes são os eleitores que não possuem uma clara definição ideológica, não sendo nem de Direita e nem de Esquerda, embora possam se identificar com valores de ambas as forças que são hegemônicas no país. Muitos são progressistas em questões econômicas e sociais, mas são bastante conservadores em assuntos ligados ao comportamento e aos costumes. 

Assim, esses eleitores oscilam conforme a situação pessoal, familiar e a do país, mas eles também possuem seus valores e prioridades;

6) Forças Progressistas precisam dialogar com o eleitorado Independente!

É com esses 40% da população que as forças Progressistas do país precisam dialogar, a fim de trazê-los para o seu lado, pois são eles que decidem a eleição.

Eles é que irão dizer quem será eleito Presidente do país em 2022 e que tipo de 
Congresso Nacional nós teremos;

Logo, a prioridade total das forças e das lideranças Progressistas do país deve ser a de promover uma aproximação com esse eleitorado, com os 40% de eleitores que tanto podem votar em um candidato de Direita, como em um candidato das forças Progressistas, tanto em Bolsonaro, quanto em Lula.

Podemos definir esse eleitorado como sendo 'Independente', pois ele não está ligado, ideologicamente, a nenhum dos dois lados, nem aos Progressistas e nem aos Direitistas. 
No final de 2002 o Brasil possuía apenas US$ 16 Bilhões em Reservas Internacionais Líquidas. Durante os governos Lula e Dilma elas aumentaram fortemente, chegando a US$ 379 Bilhões no final de 2014. Atualmente, elas estão em US$ 368 Bilhões. No final do governo Dilma elas eram suficientes para pagar TODA a Dívida Externa Bruta do país. Assim, durante os governos do PT o Brasil se tornou Credor Externo Líquido, uma situação inédita na história do país.

7) EUA e Brasil: Divisão eleitoral seguem padrões semelhantes!

Essa situação política e eleitoral brasileira é muito parecida com a dos EUA, onde essa divisão entre eleitores Direitistas, Independentes e Progressistas também acontece.

Afinal, lá nos EUA o Partido Republicano e o Partido Democrata tem 30% do eleitorado cada um e quem decide a eleição são os 40% de eleitores 'Independentes', que não são nem de um partido e nem de outro,  mas que podem votar tanto em um candidato Republicano, quanto em um candidato Democrata.

É preciso dialogar com esse eleitorado, para entender quais são as suas demandas e desejos, a fim de saber o que eles querem para si e para o país. É preciso ouvir o que eles tem para dizer. Não é discursar para eles, mas prestar atenção no que eles tem a dizer e levar em consideração o que eles querem.

Se esse trabalho de ouvir os 40% de eleitores 'oscilantes' for levado adiante e for bem feito, então as forças Progressistas terão grandes chances de vencer a eleição municipal de 2020 e a eleição presidencial de 2022. 

Links:

Resultados da pesquisa FSB/Veja:

https://forum.politz.com.br/ams/segundo-pesquisa-fsb-veja-jair-bolsonaro-bateria-em-todos-os-oponentes-se-a-eleicao-fosse-hoje.637/

https://drive.google.com/file/d/1dKSCQSQuhTUuw8nx9tOZZ0n3KkXW4vMn/view

O número de empregos com Carteira Assinada disparou durante os governos Lula e Dilma, aumentando de 22,8 milhões (2002) para 41,2 milhões (2014). Foram 18,4 milhões de novos empregos formais no período. O crescimento acumulado foi de 80,7% entre 2003-2014.

Vídeo - Lula comenta sobre a sua Absolvição e de Dilma pela Justiça, pacote anticrime de Moro e a disparada no preço da Carne:
https://revistaforum.com.br/politica/lula-nao-e-possivel-que-no-pais-com-o-maior-rebanho-do-mundo-o-povo-pobre-nao-possa-comprar-carne/

Disparada do preço da Carne levou ao forte aumento da taxa de Inflação em Novembro:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/06/inflacao-oficial-fica-em-051percent-em-novembro.ghtml

Merval Pereira diz que Centro (Direita Tradicional) está enfraquecido e que polarização entre Lula e Bolsonaro irá continuar:
https://www.brasil247.com/midia/merval-ve-polarizacao-entre-lula-e-bolsonaro-e-centro-inviavel

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