O que Paulo Guedes precisa fazer para não criar apenas um 'voo de galinha' na economia? - Marcos Doniseti!
O problema é que essa pequena retomada se faz, ainda, de forma muito lenta se levarmos em consideração que o país ainda tem uma Renda Per Capita que é cerca de 9% menor ao que era em 2014 e ainda possui mais de 17 milhões de desempregados (se incluirmos os 4,8 milhões de desempregados por desalento).
Links:
Mais pobres perdem renda no governo Bolsonaro:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/12/18/rendimento-brasil-2019.htm
Política econômica de Paulo Guedes passou por mudança silenciosa:
https://www.cartacapital.com.br/opiniao/politica-economica-brasileira-passa-por-uma-mudanca-silenciosa/
Com a virtual estagnação da atividade econômica brasileira no primeiro semestre deste ano , o ministro da Economia Paulo Guedes teve que reconhecer, de forma não pública, que a sua política econômica Neoliberal Ultrarradical fracassou completamente.
Assim, ele foi obrigado a adotar medidas que contrariam todas as suas crenças no Neoliberalismo, tomando medidas para dar algum estímulo para a economia, como a liberação de recursos do FGTS, redução da taxa Selic e dos juros dos bancos públicos e aumento da oferta de crédito.
Além disso, essa retomada se faz com base no aumento do consumo das camadas mais ricas da população, tanto que as vendas do Comércio Varejista Ampliado (que inclui material de construção e veículos) crescem a um ritmo quase três vezes mais rápido do que as vendas do Comércio Varejista Restrito (que inclui apenas as vendas para as camadas de menor renda).
Além disso, os poucos empregos gerados são de baixa qualidade, de baixos salários e com poucos direitos, em função das catastróficas 'reformas' trabalhista, da disparada do desemprego e da aprovação da Terceirização generalizada.
Assim, este é um 'crescimento' que aponta claramente para ter fôlego curto, configurando um mero um voo de galinha, pois o aumento da capacidade de consumo dos mais ricos é mais limitada do que a capacidade de aumento do consumo dos mais pobres, em função do seu menor número no conjunto da população.
Desta maneira, se em vez de estimular o consumo dos mais ricos, Paulo Guedes estimulasse o consumo dos mais pobres a retomada da economia seria muito mais forte e o país iria crescer muito mais, gerando muito mais empregos do que acontece neste momento.
Além disso, esse aumento do consumo dos mais ricos irá gerar aumento das importações, pois a população de maior renda compra muitos produtos e serviços importados e ainda viaja muito para o exterior, o que irá resultar no aumento do Déficit em Transações Correntes (Contas Externas).
Por isso mesmo é que o Paulo Guedes teve que permitir uma Desvalorização do Real, pois somente assim será possível evitar um aumento explosivo dos gastos externos por parte da camada mais rica da população, cuja renda está aumentando, o que estimula o consumo da mesma.
E se essa disparada do Déficit Externo acontecesse, então tal fato poderia levar a uma forte redução das Reservas Internacionais Líquidas (eram de US$ 376 Bilhões em Maio de 2016) que foram acumuladas durante os governos Lula e Dilma e que são fundamentais para manter a estabilidade econômica e financeira do país. São essas Reservas que impediram que o Brasil afundassem numa crise muito pior nos últimos anos.
Além disso, se esse aumento do consumo interno, mesmo que restrito às camadas mais ricas, não vier acompanhado de aumento dos investimentos (na capacidade produtiva e em infraestrutura, em especial), então tal crescimento irá se converter em um mero voo de galinha.
O que é mais do que certo é que, em algum momento, o aumento do consumo dos mais ricos atingirá o teto e, daí, o modelo econômico Neoliberal, que concentra a renda nas mãos de poucos, precisará ser abandonado.
Com isso, Paulo Guedes terá que tomar medidas para aumentar o poder de compra dos mais pobres e dos trabalhadores de menor renda, o que vai na contramão da política econômica deste governo Neoliberal que acha que investir na área social e aumentar salários dos trabalhadores é sinônimo de 'Socialismo', o que é uma asneira monumental, é claro.
Com isso, Paulo Guedes terá que tomar medidas para aumentar o poder de compra dos mais pobres e dos trabalhadores de menor renda, o que vai na contramão da política econômica deste governo Neoliberal que acha que investir na área social e aumentar salários dos trabalhadores é sinônimo de 'Socialismo', o que é uma asneira monumental, é claro.
Exemplo dessa política antissocial do governo Bolsonaro é que o Salário Mínimo não terá nenhum aumento real em 2020, o preço da carne disparou e o próprio Bolsonaro acha que isso é bom, a tabela do Imposto de Renda continua congelada (o que gera aumento da tributação sobre os assalariados) e os preços dos combustíveis continuam subindo de forma absurda.
Então, caso Paulo Guedes queira, mesmo, promover um crescimento econômico mais acelerado e de maior duração, então ele terá que enterrar totalmente a política econômica Neoliberal e terá que implantar um modelo econômico mais semelhante com os dos governos Lula e Dilma, que possuía um perfil tipicamente Keynesiano.
Os governos Lula e Dilma promoveram e estimularam grandes investimentos produtivos, aumentaram fortemente o poder de compra dos pobres e dos assalariados e investiram muito em infraestrutura.
Sem a adoção destas medidas complementares, tipicamente petistas ou keynesianas, Guedes irá colher apenas um voo de galinha.
Os governos Lula e Dilma promoveram e estimularam grandes investimentos produtivos, aumentaram fortemente o poder de compra dos pobres e dos assalariados e investiram muito em infraestrutura.
Sem a adoção destas medidas complementares, tipicamente petistas ou keynesianas, Guedes irá colher apenas um voo de galinha.
Links:
Mais pobres perdem renda no governo Bolsonaro:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/12/18/rendimento-brasil-2019.htm
Política econômica de Paulo Guedes passou por mudança silenciosa:
https://www.cartacapital.com.br/opiniao/politica-economica-brasileira-passa-por-uma-mudanca-silenciosa/
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