Brasil: A Grande Recessão, 17,2 milhões de Desempregados, a Inflação e a taxa Selic: Qual é a relação?

Brasil: A Grande Recessão, 17,2 milhões de Desempregados, a Inflação e a taxa Selic: Qual é a relação? - Marcos Doniseti!
Os dados acima mostram que foi durante os governos Lula e Dilma que tivemos o maior aumento do poder de compra do Salário Mínimo, que acumulou um aumento real de 91,3% entre 2003 e 2016 (o reajuste para este ano foi responsabilidade do governo Dilma). Em 2002 o Salário Mínimo era de R$ 200, passando para R$ 240 em 2003 e R$ 260 em 2004. Somente em 2017 e 2018, já no governo Temer, que a política de Aumento Real Anual para o Salário Mínimo foi abandonada. 

A Grande Recessão que o Brasil enfrenta desde 2015 é fruto do Golpe de 2015/2016.

Essa Recessão (a pior da história brasileiro) derrubou a taxa anual de inflação e, ao mesmo tempo, gerou um gigantesco aumento da taxa de desemprego, que atualmente é superior a 16% (se incluirmos os desempregados por desalento, que são 4,8 milhões), contra 6,5% em Dezembro de 2014 (Fonte: PNAD Continua - IBGE).

Essa situação criada pela Grande Recessão levou a uma queda da taxa de inflação e da taxa (nominal) Selic. A Grande Mídia diz que a taxa Selic está no menor patamar da história, mas isso não é verdade. Mas será que a taxa Selic (em termos reais) é baixa, mesmo?

A taxa Selic. que remunera os títulos da Dívida Pública que são atrelados à mesma, está em 5% ao ano, sendo que a taxa de inflação dos últimos 12 meses é de apenas 2,54% (IPCA).

Assim, a taxa Selic é quase o dobro da Inflação, quando ela deveria estar em um patamar muito mais próximo, em torno de uns 3% ao ano. Mas ela está em 5% ao ano, o que proporciona lucros imensos aos especuladores, pois estamos falando de Bilhões de Reais anualmente. 

Somente nos últimos 12 meses o Estado Brasileiro gastou R$ 360 Bilhões (5% do PIB) no pagamento dos juros da Dívida Pública. E isso acontece porque a taxa Selic é muito maior do que a inflação, quase o dobro.

Logo, quem compra os títulos públicos que são atrelados à Selic tem um ganho real significativo e que é quase o dobro da taxa de inflação. Além disso, a taxa Selic, nominal, foi reduzida porque a inflação despencou.
Na Argentina a política Neoliberal do governo Macri arrebentou a economia do país, que agora enfrenta uma taxa de inflação de cerca de 55% ao ano e uma taxa de desemprego superior a 10%. O país entrou na pior crise em mais de 15 anos e teve que emprestar US$ 57 Bilhões junto ao FMI, equivalente a 9,4% do PIB. A política econômica dos governos Temer e Bolsonaro possuem características muito semelhantes aquela que Macri adotou em seu catastrófico governo.

Mas isso aconteceu porque a economia brasileira está vivendo um período que podemos chamar de Grande Recessão. Este é o maior período Recessivo da história do Brasil. Tanto isso é verdade que a Renda Per Capita brasileira ainda é 9% menor do que era em 2014.

A taxa de desemprego também é muito maior, sendo de 11,8% atualmente (se incluir os desempregados por desalentos ela passa de 16%), contra 6,5% em Dezembro de 2014 (Fonte: PNAD Contínua  IBGE).

O fato concreto é que o Brasil empobreceu muito nos últimos anos e os trabalhadores assalariados e os mais pobres foram os mais afetados por essa Grande Recessão. 

Esta Grande Recessão brasileira começou em 2015, como resultado de quatro fatores:

- Golpe de Estado que derrubou Dilma, provocando a pior crise politica e institucional da história do país e que ainda está longe de terminar (basta ver os frequentes conflitos que ocorrem entre os 3 Poderes da República);

- Operação Lava Jato, que destruiu os investimentos públicos, da Petrobras e devastou a Construção Civil (5 milhões de trabalhadores perderam os empregos em função disso);
Enquanto a Grande Mídia brasileira dizia que o Brasil havia 'quebrado' durante os governos Lula e Dilma, o que aconteceu, mesmo, é que o PIB brasileiro se tornou o 6o. maior do Mundo em 2011, ultrapassando o PIB do Reino Unido.

- Pautas-Bomba aprovadas pelo Congresso Nacional e que eram fruto da atuação de Eduardo Cunha e da oposição e que visavam inviabilizar o governo Dilma, no que foram muito bem sucedidos;

- Terrorismo Midiático, que vendeu a falsa ideia, durante o governo Dilma, de que o Brasil estava 'quebrado', o que foi a maior Fake News da história do país. 

Afinal, um país que tinha Reservas Internacionais (US$ 376 Bilhões) que eram suficientes para pagar toda a Dívida Externa do país e ainda sobravam US$ 50 Bilhões (que era a situação do Brasil no final do governo Dilma) podia ser tudo menos um 'país quebrado'. 

Enfim, resumindo: Estamos longe de ter a menor taxa Selic da história, porque a taxa que remunera o Capital que é aplicado nos títulos da Dívida Pública é quase o dobro da inflação acumulada nos últimos 12 meses.

E a redução da taxa Selic (nominal) e da inflação aconteceu porque a economia brasileira afundou na pior crise recessiva da sua história, pelos motivos que citei aqui.

Então, quem comemora essa queda da inflação e da taxa Selic (nominal) está, também, comemorando o fato do Brasil estar enfrentando a pior Recessão da sua história, bem como  o fato de que temos 17,2 milhões de desempregados.

Portanto, essa comemoração está sendo feita pelos motivos errados.
Usando o ano de 1977 como ponto de partida (com fator 100) vemos que a safra de grãos dobrou no Brasil em dois momentos históricos: Primeiro, entre 1977 e 2002 (período de 25 anos), e depois entre 2003 e 2015 (período de 13 anos). Assim, durante os governos Lula e Dilma (2003/2015) a safra de grãos brasileira cresceu o mesmo (100%) que havia crescido nos 25 anos anteriores. 

Links:

Taxa de Desemprego é de 11,8%! Número total de Desempregados é de 17,2 Milhões:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/31/desemprego-fica-em-118percent-em-setembro-diz-ibge.ghtml

Banco Central - Estatísticas:
https://www.bcb.gov.br/
https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticasfiscais

Evolução da agricultura no Brasil:
http://blog.perfarm.com/agricultura-no-brasil/

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