Guerra de Ciro e de ciristas contra Lula e o PT poderá tirar forças Progressistas do 2o. turno na eleição de 2022!

Guerra de Ciro e de ciristas contra Lula e o PT poderá tirar forças Progressistas do 2o. turno na eleição de 2022! - Marcos Doniseti! 
Manuela, Lula e Boulos. Ao lado do ex-Presidente temos, junto com Haddad e Flávio Dino, vemos dois dos principais herdeiros políticos do ex-Presidente Lula. No lado direito a imagem de Marielle Franco, cujo assassinato ainda não foi solucionado.

Já há um  bom período de tempo que Ciro e os ciristas estão promovendo uma campanha extremamente agressiva contra Lula e o PT. Eles acreditam, ingenuamente, que irão conseguir herdar os eleitores lulistas e petistas, o que é um gigantesco equívoco. 

Na verdade, o que já está acontecendo, em função disso, é que um número crescente de eleitores de Lula e do PT está ficando cada vez mais revoltado com esses ataques e adotando uma postura de crescente repulsa com relação a Ciro e aos ciristas. 

O problema destes ataques é que isso poderá  vir a gerar uma consequência nefasta, que seria a ausência de um candidato de perfil progressista no segundo turno da eleição presidencial de 2022.

Afinal, se esta guerra estúpida, doentia e irracional, de caráter antipetista e antilulista, que é promovida por Ciro e pelos ciristas, continuar nos próximos anos isso poderá acabar por enfraquecer ao candidato do setor progressista que será apoiado por Lula e pelo PT na eleição de 2022, mesmo que ele seja um candidato do PCdoB ou do PSOL (Flávio Dino, Manuela, Boulos...).

Daí, o que poderá acontecer é que poderemos ter, em 2022, um segundo turno entre Bolsonaro e um candidato da Direita Tradicional, tirando as forças progressistas do mesmo, o que seria péssimo para o país. 

Isso já aconteceu na França, em 2017, onde o segundo turno foi disputado entre um candidato de Direita Neoliberal (Macron) e uma candidata de Extrema-Direita (Marine Le Pen). O candidato das forças progressistas francesas (Jean-Luc Mélenchon) ficou em quarto lugar, pois elas se dividiram entre várias candidaturas no primeiro turno.

Outro exemplo, mais antigo, mas de grande importância histórica, ocorreu na Alemanha, durante a República de Weimar (Novembro de 1918 até Janeiro de 1933). Nessa época, o KPD (Partido Comunista Alemão) priorizou atacar o SPD (Social-Democrata) e deixou de lado o combate aos Nazistas.
Pôster eleitoral do SPD (Partido Social-Democrata alemão) que venceu a eleição de Janeiro de 1919 para o Parlamento com 37,9% dos votos.

Os comunistas alemães do KPD (por ordens do governo soviético) atacavam os sociais-democratas do SPD (a quem chamavam de 'sociais-fascistas') e, assim, tivemos uma verdadeira guerra, durante muitos anos, entre os dois grandes partidos de Esquerda da Alemanha.

Na época, o SPD era o principal partido de Esquerda da Alemanha, sendo o mais votado entre os operários. Ele era o principal partido da classe operária alemã e seu crescimento eleitoral era constante. O SPD foi o partido mais votado na Alemanha entre 1890 e 1930, vencendo 12 eleições consecutivas para o Parlamento alemão (Reichstag).

Assim, em Janeiro de 1919 o SPD obteve a sua maior votação para o Parlamento alemão (Reichstag) conquistando 37,9% dos votos, que foi o maior percentual de votos conquistado por um partido político durante a República de Weimar. Mesmo quando teve a sua pior votação, em Novembro de 1932, ele ainda conquistou 20,4% dos votos e elegeu 121 deputados, ficando em segundo lugar. 

Já o KPD ficava bem atrás nas eleições, embora tenha alcançado um certo crescimento durante os anos 1920. Assim, o KPD conquistou 2,1% dos votos em 1920 (quando disputou a sua primeira eleição) e chegou a 10,6% em 1928. Seu auge foi em Novembro de 1932 (no auge da Depressão econômica), quando atingiu 16,9% dos votos e elegeu 100 deputados.

Assim, a soma da votação dos dois grandes partidos de Esquerda, em Novembro de 1932, chegava a 37,3% dos votos e, juntos, elegeram 221 deputados, superando aos Nazistas, que tiveram 33,1% dos votos e elegeram 196 deputados.
Pôster do KPD (Partido Comunista Alemão) para a eleição ao Parlamento alemão (Reichstag).
Portanto, existiam condições para que Sociais-Democratas e Comunistas impedissem a ascensão dos Nazistas, caso tivessem promovido uma aliança neste sentido. Porém, isso não aconteceu devido à politica de confrontação adotada pelos comunistas contra os sociais-democratas.

Assim, dois dos mais fortes partidos políticos de Esquerda do mundo (o SPD e o KPD) foram rapidamente destruídos pelo governo nazista, que enviou os seus líderes para campos de concentração.

E o primeiro campo de concentração, o de Dachau, foi implantado já em Março de 1933, pouco mais de um mês após a ascensão de Hitler ao cargo de Chanceler, que ocorreu em 30/01/1933, com o apoio eleitoral concentrado na pequena-burguesia e no lumpen-proletariado, e também graças a um acordo político feito com as classes e instituições mais conservadoras e tradicionais da Alemanha (Exército, Junkers prussianos, Burguesia, Burocracia...). 

E o resultado foi aquele que conhecemos.

Portanto, essa estratégia política equivocada e irresponsável, que foi adotada por Ciro e pelos seus seguidores, de atacar Lula e o PT de forma extremamente agressiva, poderá levar ao enfraquecimento das forças Progressistas brasileiras nos próximos anos. Afinal, em vez de focar as suas críticas no desastroso governo de Bolsonaro, elas irão gastar o seu tempo e as suas energia trocando críticas. 

E se isso se confirmar, não será nenhuma surpresa se elas sequer conseguirem levar um candidato do seu campo político para o segundo turno da próxima eleição presidencial, em 2022, o que seria uma verdadeira catástrofe para o país.

O alerta está feito, mas será que o mesmo irá surtir algum resultado? Espero que sim.
Ana Estela, Haddad, Flávio Dino e Manuela; Flávio Dino é um nome que conquista cada vez mais o respeito de muitos eleitores progressistas brasileiros.

Link:

Ciro ataca Lula novamente:


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