Itália Pós-Operação Mãos Limpas e Brasil Pós-Operação Lava Jato: Tudo a Ver! - Marcos Doniseti!
A Itália que surgiu da operação 'Mãos Limpas' possui, hoje, características que são totalmente semelhantes aquelas que surgiram no Brasil após a operação Lava Jato, que são:
1) Desmoralização e criminalização total da classe e da atividade política: Os partidos políticos tradicionais ficaram ou totalmente desmoralizados e se desintegraram (caso da Itália) ou ficaram bastante enfraquecidos (caso do Brasil), com as suas principais lideranças perdendo respaldo popular;
2) Desmoralização e criminalização total da atuação do Estado, principalmente como investidor e como garantidor de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários básicos.
3) Nos dois países isso gerou uma situação de Recessão Permanente, levando a um forte aumento do desemprego, e permitiu a ascensão de governos de Extrema-Direita.
Assim, as suas economias não crescem mais, em nenhum dos dois países, e isso acontece porque o Estado deixou de investir, em função da criminalização das suas atividades.
Afinal, na Itália e no Brasil, era o investimento público que promovia o crescimento econômico, sendo que o mesmo respondia, pelo menos, por algo como 80% dos investimentos produtivos. Sem esses investimentos, o crescimento acabou, o que levou a uma sensível pior da situação das contas públicas, com forte aumento do endividamento.
Na Itália, a Dívida Pública é de espantosos 132% do PIB, uma das maiores do mundo, enquanto que no Brasil a Dívida Pública Bruta aumentou de 60% do PIB (2015) para 78,7% do PIB atualmente (crescimento que equivale a R$ 1,27 Trilhão).
O último número sobre o PIB italiano mostrou a economia parada, com 'crescimento' de 0% (isso mesmo, ZERO). E o Brasil entrou em Recessão em 2019, segundo o IBC-BR, índice do Banco Central que mede a atividade econômica.
Atualmente, a taxa de desemprego na Itália é de 9,7% e a mesma chega a quase 17% no Brasil (se contarmos também os 4,9 milhões de desempregados que desistiram de procurar emprego).
Este cenário mostra que as economias de Itália e Brasil se tornaram incapazes de crescer e de gerar empregos após a Operação Mãos Limpas (Itália) e Lava Jato (Brasil), pois estas operações criminalizaram as atividades do Estado em seus países e, assim, destruíram a capacidade do Estado de investir.
Estas elevadas taxas de desemprego dos dois países vão no sentido contrário ao atual cenário econômico global, que é de taxas de desemprego bastante reduzidas pelo mundo afora.
Somente para efeito de comparação, vejam as atuais taxas de desempregosdas economias abaixo:
- Zona do Euro 7,5%;
- Índia 6%;
- Canadá 5,7%;
- Austrália 5,2%;
- Rússia 4,5%;
- Coreia do Sul 4%;
- Reino Unido 3,9%;
- EUA 3,7%;
- México 3,6%;
- China 3,6%;
- Holanda 3,4%;
- Alemanha 3,1%;
- Japão 2,3%;
- Cingapura 2,2%.
A criminalização da atuação do Estado também abriu o caminho para a destruição dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, pois estes eram, em último caso, garantidos pelo Estado.
Com isso, os governos dos dois países (Temer/Bolsonaro no Brasil) tomaram medidas no sentido de destruir a legislação social, trabalhista e previdenciária, processo que ainda está em andamento, o que foi decisivo para que ocorresse um forte aumento da concentração de renda, das desigualdades sociais e da pobreza nos últimos anos.
4) Toda essa situação, por sua vez, provocou um processo de empobrecimento dos dois países.
A Itália, mesmo sendo um país que integra a União Europeia e, com isso, é membro de um bloco econômico cujo PIB chega a US$ 15,8 Trilhões (segundo maior do mundo, competindo com a China por essa posição) não consegue mais fazer a sua economia crescer há muitos anos. Assim, o seu PIB per Capita (US$ 32 mil anuais) é muito inferior ao da Alemanha (US$ 44.300 anuais), Reino Unido (US$ 39.600 anuais) e França (US$ 38.500 anuais).
Enquanto isso, o PIB brasileiro é, atualmente, de cerca de US$ 1,7 Trilhão, sendo que em 2014 ele chegou a US$ 2,45 Trilhões. Em 2017 e em 2018 a economia brasileira teve uma pequena expansão de 1,1% (em cada um dos anos). A Itália, por sua vez, se expandiu ainda menos (0,8% em 2018).
A taxa de investimentos na economia brasileira despencou de 21% em 2013 para 15% em 2017 e 15,8% em 2018, o que a jogou em uma situação recessiva e fez a taxa de desemprego disparar. A taxa era era de 6,5% em Dezembro de 2014 e agora está em 12%, sem contar com os 4,9 milhões de desempregados que desistiram de procurar emprego. Somando-os ao cálculo, a taxa de desemprego do Brasil se aproxima dos 17%.
As economias de Itália e Brasil cresceram bastante no Pós-Guerra com base nos investimentos do Estado (infraestrutura, indústria...). Mas, agora, com a criminalização da atuação do Estado esses investimentos públicos não são mais realizados.
Assim, sem os investimentos públicos realizados por um Estado forte e atuante, as economias dos dois países estão condenadas à uma situação de Recessão Permanente.
5) No caso específico do Brasil, a tendência é que a crise econômica vá piorar ainda mais nos próximos anos.
Em 2019 o país já entrou em Recessão e tal situação deverá se tornar permanente, devido ao fato do país ter um governo que adotou uma política Neoliberal Ultrarradical de características fortemente recessivas, arrochando salários, reduzindo fortemente os investimentos públicos, destruindo programas e investimentos sociais, reduzindo a oferta de crédito e elevando as taxas reais de juros.
Essa política começou a ser adotada pelo governo Temer e foi aprofundada pelo governo Bolsonaro e enquanto ela vigorar não teremos nenhum crescimento econômico no Brasil, que estará condenado à uma situação de Recessão Permanente.
6) Além disso, essa situação de crise permanente (política, econômica, social, institucional) gerou, nos dois países, a ascensão de governos de Extrema-Direita.
E tais governos contam com um certo respaldo popular (Matteo Salvini tem 38% e Bolsonaro cerca de 30% de aprovação) e que, por meio da promoção de uma forte polarização política, ideológica, esocial consegue se manter no poder, mesmo com os seus países vivenciando uma situação de grave crise econômica, política e social.
Estes governos adotam políticas que são fortemente criticadas pela comunidade internacional, o que é o caso da política ambiental brasileira, que está permitindo a destruição da Floresta Amazônica e que ameaça as reservas indígenas existentes.
Tal política está sendo fortemente denunciada e a mídia internacional já está pressionando no sentido de se promover a adoção de sanções comerciais e econômicas contra o Brasil em função disso, o que será apenas uma questão de tempo até que venham a ser implementadas.
Links:
PIB do Brasil de 2018 fechou em patamar inferior ao de 2012:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/28/pib-do-brasil-cresce-11-em-2018.ghtml
Dados da União Europeia:
https://pt.countryeconomy.com/paises/grupos/uniao-europeia
Mídia alemã já cobra a adoção de sanções contra o Brasil em função da política ambiental:
https://www.brasil247.com/economia/midia-alema-ja-cobra-sancoes-contra-o-brasil-pelo-estimulo-de-bolsonaro-ao-desmatamento
A Itália que surgiu da operação 'Mãos Limpas' possui, hoje, características que são totalmente semelhantes aquelas que surgiram no Brasil após a operação Lava Jato, que são:
1) Desmoralização e criminalização total da classe e da atividade política: Os partidos políticos tradicionais ficaram ou totalmente desmoralizados e se desintegraram (caso da Itália) ou ficaram bastante enfraquecidos (caso do Brasil), com as suas principais lideranças perdendo respaldo popular;
2) Desmoralização e criminalização total da atuação do Estado, principalmente como investidor e como garantidor de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários básicos.
3) Nos dois países isso gerou uma situação de Recessão Permanente, levando a um forte aumento do desemprego, e permitiu a ascensão de governos de Extrema-Direita.
Assim, as suas economias não crescem mais, em nenhum dos dois países, e isso acontece porque o Estado deixou de investir, em função da criminalização das suas atividades.
Afinal, na Itália e no Brasil, era o investimento público que promovia o crescimento econômico, sendo que o mesmo respondia, pelo menos, por algo como 80% dos investimentos produtivos. Sem esses investimentos, o crescimento acabou, o que levou a uma sensível pior da situação das contas públicas, com forte aumento do endividamento.
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| Em 2014 essas eram as taxas de desemprego do Brasil (5%), Itália (12%) e Espanha (24%). Atualmente, as taxas são de 17% (Brasil), 9,7% (Itália) e 14% (Espanha). |
Na Itália, a Dívida Pública é de espantosos 132% do PIB, uma das maiores do mundo, enquanto que no Brasil a Dívida Pública Bruta aumentou de 60% do PIB (2015) para 78,7% do PIB atualmente (crescimento que equivale a R$ 1,27 Trilhão).
O último número sobre o PIB italiano mostrou a economia parada, com 'crescimento' de 0% (isso mesmo, ZERO). E o Brasil entrou em Recessão em 2019, segundo o IBC-BR, índice do Banco Central que mede a atividade econômica.
Atualmente, a taxa de desemprego na Itália é de 9,7% e a mesma chega a quase 17% no Brasil (se contarmos também os 4,9 milhões de desempregados que desistiram de procurar emprego).
Este cenário mostra que as economias de Itália e Brasil se tornaram incapazes de crescer e de gerar empregos após a Operação Mãos Limpas (Itália) e Lava Jato (Brasil), pois estas operações criminalizaram as atividades do Estado em seus países e, assim, destruíram a capacidade do Estado de investir.
Estas elevadas taxas de desemprego dos dois países vão no sentido contrário ao atual cenário econômico global, que é de taxas de desemprego bastante reduzidas pelo mundo afora.
Somente para efeito de comparação, vejam as atuais taxas de desempregosdas economias abaixo:
- Zona do Euro 7,5%;
- Índia 6%;
- Canadá 5,7%;
- Austrália 5,2%;
- Rússia 4,5%;
- Coreia do Sul 4%;
- Reino Unido 3,9%;
- EUA 3,7%;
- México 3,6%;
- China 3,6%;
- Holanda 3,4%;
- Alemanha 3,1%;
- Japão 2,3%;
- Cingapura 2,2%.
A criminalização da atuação do Estado também abriu o caminho para a destruição dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, pois estes eram, em último caso, garantidos pelo Estado.
Com isso, os governos dos dois países (Temer/Bolsonaro no Brasil) tomaram medidas no sentido de destruir a legislação social, trabalhista e previdenciária, processo que ainda está em andamento, o que foi decisivo para que ocorresse um forte aumento da concentração de renda, das desigualdades sociais e da pobreza nos últimos anos.
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| A taxa de inadimplência do BNDES é próxima de Zero, provando que o banco é bem administrado. |
4) Toda essa situação, por sua vez, provocou um processo de empobrecimento dos dois países.
A Itália, mesmo sendo um país que integra a União Europeia e, com isso, é membro de um bloco econômico cujo PIB chega a US$ 15,8 Trilhões (segundo maior do mundo, competindo com a China por essa posição) não consegue mais fazer a sua economia crescer há muitos anos. Assim, o seu PIB per Capita (US$ 32 mil anuais) é muito inferior ao da Alemanha (US$ 44.300 anuais), Reino Unido (US$ 39.600 anuais) e França (US$ 38.500 anuais).
Enquanto isso, o PIB brasileiro é, atualmente, de cerca de US$ 1,7 Trilhão, sendo que em 2014 ele chegou a US$ 2,45 Trilhões. Em 2017 e em 2018 a economia brasileira teve uma pequena expansão de 1,1% (em cada um dos anos). A Itália, por sua vez, se expandiu ainda menos (0,8% em 2018).
A taxa de investimentos na economia brasileira despencou de 21% em 2013 para 15% em 2017 e 15,8% em 2018, o que a jogou em uma situação recessiva e fez a taxa de desemprego disparar. A taxa era era de 6,5% em Dezembro de 2014 e agora está em 12%, sem contar com os 4,9 milhões de desempregados que desistiram de procurar emprego. Somando-os ao cálculo, a taxa de desemprego do Brasil se aproxima dos 17%.
As economias de Itália e Brasil cresceram bastante no Pós-Guerra com base nos investimentos do Estado (infraestrutura, indústria...). Mas, agora, com a criminalização da atuação do Estado esses investimentos públicos não são mais realizados.
Assim, sem os investimentos públicos realizados por um Estado forte e atuante, as economias dos dois países estão condenadas à uma situação de Recessão Permanente.
5) No caso específico do Brasil, a tendência é que a crise econômica vá piorar ainda mais nos próximos anos.
Em 2019 o país já entrou em Recessão e tal situação deverá se tornar permanente, devido ao fato do país ter um governo que adotou uma política Neoliberal Ultrarradical de características fortemente recessivas, arrochando salários, reduzindo fortemente os investimentos públicos, destruindo programas e investimentos sociais, reduzindo a oferta de crédito e elevando as taxas reais de juros.
Essa política começou a ser adotada pelo governo Temer e foi aprofundada pelo governo Bolsonaro e enquanto ela vigorar não teremos nenhum crescimento econômico no Brasil, que estará condenado à uma situação de Recessão Permanente.
6) Além disso, essa situação de crise permanente (política, econômica, social, institucional) gerou, nos dois países, a ascensão de governos de Extrema-Direita.
E tais governos contam com um certo respaldo popular (Matteo Salvini tem 38% e Bolsonaro cerca de 30% de aprovação) e que, por meio da promoção de uma forte polarização política, ideológica, esocial consegue se manter no poder, mesmo com os seus países vivenciando uma situação de grave crise econômica, política e social.
Estes governos adotam políticas que são fortemente criticadas pela comunidade internacional, o que é o caso da política ambiental brasileira, que está permitindo a destruição da Floresta Amazônica e que ameaça as reservas indígenas existentes.
Tal política está sendo fortemente denunciada e a mídia internacional já está pressionando no sentido de se promover a adoção de sanções comerciais e econômicas contra o Brasil em função disso, o que será apenas uma questão de tempo até que venham a ser implementadas.
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| A Dívida Pública Bruta e Líquida sofreram uma forte redução durante os governos Lula e Dilma, mas voltaram a crescer rapidamente a partir do governo Temer. |
Links:
PIB do Brasil de 2018 fechou em patamar inferior ao de 2012:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/28/pib-do-brasil-cresce-11-em-2018.ghtml
Dados da União Europeia:
https://pt.countryeconomy.com/paises/grupos/uniao-europeia
Mídia alemã já cobra a adoção de sanções contra o Brasil em função da política ambiental:
https://www.brasil247.com/economia/midia-alema-ja-cobra-sancoes-contra-o-brasil-pelo-estimulo-de-bolsonaro-ao-desmatamento






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