Argentina: Governo neoliberal fracassa e Macri é massacrado nas eleições primárias por Alberto Fernández e Cristina Kirchner!

Argentina: Governo neoliberal fracassa e Macri é massacrado nas eleições primárias por Alberto Fernández e Cristina Kirchner! - Marcos Doniseti!
Mapa eleitoral da Argentina mostra o massacre da chapa Alberto Fernández/Cristina Kirchner contra Macri nas eleições primárias realizadas ontem (11/08/2019). Fora Macri! Volta, Cristina!

Por que a derrota fragorosa de Macri não foi uma surpresa?

A chapa peronista do Partido Justicialista, formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner, massacrou o presidente neoliberal fracassado Mauricio Macri nas eleições primárias.

Segundo resultados divulgados na manhã desta segunda-feira (12/08), com 98,8% dos votos já apurados, a chapa Alberto Fernández/Cristina Kirchner conquistou 11,6 milhões de votos (49,2% dos votos totais), contra 7,8 milhões de votos de Macri (33,1% dos votos totais).

É verdade que a grande diferença em favor da chapa peronista não foi apontada por 
nenhuma pesquisa. Porém, o resultado das eleições primárias na Argentina só pegou de surpresa quem estava mal informado sobre o cenário político, econômico e social do país.

Afinal, em Junho deste ano nós tivemos a realização das eleições provinciais e os candidatos Peronistas deram uma surra nos candidatos Macristas. E o mesmo aconteceu agora. Portanto, a vitória folgada da chapa Fernández/Cristina era mais do que previsível.

Isso aconteceu porque o governo Neoliberal de Macri arrebentou a economia da Argentina quando liberou entrada e saída de capitais e fez o mesmo com as importações de bens e serviços.

Assim, o déficit das contas externas do país mais do que dobrou, ultrapassando os 5,4% do PIB (o dobro do que era no governo de Cristina Kirchner), o que levou ao esgotamento das reservas cambiais e obrigou Macri a recorrer ao FMI em meados de 2018.
Durante o governo Macri (que tomou posse em Dezembro de 2015) dobrou o Déficit Externo (Transações Correntes) em seu governo, passando de 2,7% do PIB para 5,4% do PIB.

O déficit das contas externas da Argentina mais do que dobrou durante o governo Macri, o que levou à forte queda das reservas internacionais. Macri quebrou a Argentina. E a falência foi de tal ordem que emprestou US$ 57 Bilhões do FMI para evitar moratória. O valor equivale a 9,4% do PIB.

Para se ter uma ideia do colapso econômico da Argentina provocado pelo governo Macri, o empréstimo junto ao FMI, de US$ 57 Bilhões, equivale a 9,4% do PIB. É como se o Brasil fizesse um empréstimo de US$ 190 Bilhões. Votar em Macri, portanto, é comportamento de masoquista.

A política econômica durante os governos de Nestor e Cristina Kirchner!

Na época dos governos de Nestor e Cristina Kirchner tivemos um grande aumento de exportações e um processo significativo de acumulação de reservas internacionais, o que foi resultado do chamado 'Superciclo das Commodities'.

O 'Superciclo das Commodities' promoveu uma forte valorização dos preços das mesmas no mercado internacional, o que aconteceu em função das crescentes importações feitas pela China, cuja economia crescia a taxas espantosas, chegando a até 13% ao ano.

Essa política de promoção de exportações e acumulação de reservas internacionais permitiu que a Argentina pagasse a dívida com o FMI logo no começo do governo de Nestor Kirchner (2006). 
A Argentina sofreu uma forte queda em seu PIB por habitante antes dos governos de Nestor e Cristina Kirchner. Durante os governos destes (2003/2015) ocorreu uma forte recuperação. Com isso, a taxa de desemprego desabou de 25% para 5,8% (2015).

Quando o 'Superciclo das Commodities' chegou ao fim, em função da crise financeira global de 2008/2009, que começou nos EUA e, depois, se disseminou pela economia mundial, a Argentina foi duramente afetada, tal como aconteceu com todos os países cujas economias viviam em função da produção e exportação de commodities.

Assim, para evitar o desmoronamento da sua economia, o governo de Cristina Kirchner passou a promover um controle da entrada e saída de capitais e, também, das importações.

Tal política permitia manter o equilíbrio macroeconômico do país, mantendo a cotação do Dólar e, logo, a inflação sob controle (a economia argentina é fortemente dolarizada). Esta política econômica do governo de Cristina Kirchner também permitia que a Argentina mantivesse as suas contas externas equilibradas, evitando o aumento do déficit externo (ele era metade do atual).

Logo, na época do governo de Cristina Kirchner, havia controle da entrada e saída de capitais e restrições às importações. Assim, a Argentina vivia de acordo com os seus recursos, conseguindo manter endividamento, dólar e contas externas sob controle. Macri destruiu essa política.

Com isso, o governo de Cristina Kirchner conseguiu preservar as reservas internacionais acumuladas nos tempos de 'vacas gordas' do 'Superciclo das Commodites', impedindo que elas evaporassem com uma enxurrada de importações de produtos supérfluos. 
Cristina Kirchner junto com Alberto Fernández, quando este era o chefe de Gabinete do governo de Cristina.

Mas quando o Direitista Neoliberal, e ex-presidente do Boca Jrs, Mauricio Macri se elegeu presidente da Argentina, no final de 2015, ele abandonou tal política econômica, liberalizando a entrada e saída de capitais, bem como as importações de bens e serviços.

As consequências do fracasso da política Neoliberal do governo Macri!

E o resultado desta política neoliberal, de livre-mercado desregulado, que o governo de Macri adotou, foi mais do que previsível, incluindo:

- Rápido aumento de importações de bens e serviços;
- Crescente déficit das  Contas Externas;
- Grande aumento da Dívida Externa;
- Aumento das despesas com o pagamento de juros e de amortizações de uma Dívida Externa que crescia rapidamente;
- Forte redução das Reservas Internacionais;
- Fuga de capitais, provocada pela percepção dos credores e dos investidores estrangeiros de que a Argentina teria que promover uma moratória, pois as reservas do país se reduziam rapidamente e acabariam zeradas, ficando sem os recursos necessários para continuar honrando os seus compromissos externos. 
Cristina Kirchner em ato realizado no estádio do Racing (lotado), no final de 2017, quando se elegeu Senadora pela província de Buenos Aires.

Em função do fracasso completo da sua política econômica Neoliberal, o governo de Macri foi obrigado, em meados de 2018, a recorrer ao FMI, a fim de evitar uma moratória no pagamento da Dívida Externa.

E o rombo provocado pela política econômica fracassada do governo neoliberal de Macri foi tão gigantesco que o valor do empréstimo junto ao FMI chegou a US$ 57 Bilhões, o que equivale a 9,4% do PIB da Argentina.

Para se ter uma ideia do que isso representa, se o Brasil tivesse que fazer um empréstimo de 9,4% do PIB o valor do mesmo seria de espantosos US$ 190 Bilhões.

Portanto, o governo de Macri é o único responsável pelo colapso econômico e financeiro que a Argentina sofreu nos últimos anos e que resultou no aumento do desemprego, da pobreza e da miséria no país.

Argentina: Indicadores nos governos de Cristina Kirchner (dados de 2015) e Mauricio Macri (dados de 2019)!

1) Inflação Anual: 
2015: 27%;
2019: 55% (aumento de 103,7%);

2) Desemprego: 
2015: 5,8%;
2019: 10,1% (aumento de 74,1%);

3) Pobreza: 
2015: 29%;
2018: 33,6% da população (terceiro trimestre de 2018);
Da esquerda para a direita: Sergio Massa, Máximo Kirchner (filho de Nestor e Cristina), Alberto Fernández, Axel Kicillof (vencedor das primárias na província de Buenos Aires) comemoram a vitória gigantesca contra as forças neoliberais macristas.

4) PIB: 
2015: Crescimento de 2,1%;
2019: Queda de 5,8% (primeiro trimestre do ano);

5) Cotação do Dólar:
2015: 8 Pesos no final do ano;
2019: 58 Pesos (Aumento de 625%);

6) Taxa de Juros Anual: 
2015: 21%
2019: 56% (aumento de 166,7%);

7) Déficit Externo (Transações Correntes): 
2015: Negativo em 2,7% do PIB;
2018: Negativo em 5,4% do PIB (aumento de 100%);

8) Déficit Público:
2015: Negativo em 5,4% do PIB;
2019: Negativo em 5,5% do PIB;

9) Dívida Pública:
2015: 52,6% do PIB;
2019: 86,2% do PIB (aumento de 63,9%);

10) Dívida Externa:
2015: US$ 160 Bilhões;
2019: US$ 275,8 Bilhões. (aumento de 72,4%).
Mauricio Macri reage após sofrer uma fragorosa e humilhante derrota nas eleições primárias de 12/08/2019.


Fontes: 'PT.Tradings' e sites de notícias (G1, Estadão, Poder360, El País Brasil).

Links:

Alberto Fernández e Cristina Kirchner derrotam Macri nas primárias:

Nestor Kirchner: 2006, quando a Argentina pagou a dívida com o FMI:

Argentina - PIB do país cresceu 2,1% em 2015:

Argentina: candidatos de Macri foram massacrados nas eleições provinciais em 
Junho de 2019:

Pobreza urbana atinge 32% da população em 2018:

Argentina: 51,7% das crianças são pobres:
Alberto Fernández, vencedor das eleições primárias na Argentina com 49,2% dos votos, visitou o ex-Presidente Lula, junto com o ex-ministro Celso Amorim, e defendeu a sua libertação.

Argentina: Inflação anual chega a 55,8% em Junho de 2019:

Argentina - Indicadores econômicos, sociais e financeiros:

https://pt.tradingeconomics.com/argentina/gdp-growth-annual

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