Parlamento Europeu: Forte crescimento dos Liberais e dos Verdes barra a ascensão da Extrema-Direita!

Parlamento Europeu: Forte crescimento dos Liberais e dos Verdes barra a ascensão da Extrema-Direita! - Marcos Doniseti!
Líderes do Partido Verde da Alemanha agradece a votação recorde que conquistaram. Ska Keller (ao centro e à frente) lidera a legenda que conquistou 20,7% dos votos, ficando em segundo lugar. Os Verdes também conquistaram ótimos resultados na França, Irlanda e Finlândia. Até em Portugal elegeram deputado, o que não era previsto.

Parlamento Europeu - A Derrota da Extrema-Direita!

A Extrema-Direita colheu uma inegável e significativa derrota na eleição para o Parlamento Europeu, no mesmo dia em que as tivemos as pífias manifestações a favor do governo extremista de Bolsonaro no Brasil.

Afinal, a Extrema-Direita do Velho Mundo colheu resultados eleitorais muito inferiores aos que acreditava que iria alcançar nesta eleição.

Na própria Europa nós já tínhamos visto isso aconteceu. Afinal, o resultado da eleição realizada há algumas semanas na Espanha já mostrava que a ascensão da Extrema-Direita estava sendo contida.

Na eleição realizada no país ibérico terminou com a vitória do PSOE (Centro-Esquerda), liderado por Pedro Sánchez, e o 'Vox', a mais nova legenda da Extrema-Direita europeia, havia conquistado muito menos votos e eleito bem menos deputados do que esperava. E o mesmo fenômeno aconteceu nessa eleição para o Parlamento Europeu, que se realizou nos 28 países da União Europeia.

Para esta eleição formou-se um novo bloco de Extrema-Direita que é liderado por Matteo Salvini, da 'Liga' e que governa a Itália atualmente, que reúne alguns dos principais partidos e movimentos extremistas europeus. 

Essa "Aliança Salvini' é integrada por Marine Le Pen (França), Geert Wilders (Holanda), entre outros, e a expectativa de Salvini e dos seus líderes era a de que essa 'Aliança' iria eleger a terceira maior bancada do Parlamento Europeu.
Donald Trump e Matteo Salvini: Dois líderes da Extrema-Direita mundial que adotam políticas xenófobas, racistas, islamofóbicas e antidemocráticas. 

Mas isso ficou longe de acontecer e na eleição para o Parlamento Europeu, que foi realizada neste dia 26/05, a informal 'Aliança Salvini' ficou apenas em quinto lugar, elegendo apenas 74 deputados, muito menos do que os extremistas esperavam, portanto.

A tal 'Aliança Salvini' até conseguiu crescer nesta eleição para o Parlamento Europeu, mas isso ocorreu em um patamar muito inferior ao que ela mesma esperava, passando de 37 para 74 deputados no caso da 'Aliança Salvini'. 

Com isso, a 'Aliança Salvini' acabou ficando atrás até mesmo dos Verdes, que foram sem dúvida o grande fenômeno desta eleição, pois a ascensão dos Ecologistas não foi prevista por nenhum instituto de pesquisa.

O crescimento dos Liberais já era esperado, mas o dos Verdes não. A expectativa era a de que os Verdes até iriam perder alguns deputados da sua bancada de 52 integrantes. 

Portanto, a contenção da Extrema-Direita que já havia ocorrido na eleição para o governo da Espanha se repetiu na eleição para o Parlamento Europeu, na qual os grandes vitoriosos foram os Liberais (ALDE), que aumentaram a sua bancada de 67 para 115 deputados, com os Verdes vindo logo a seguir, pois a bancada Verde aumentou de 52 para 75 deputados, superando inclusive a "Aliança Salvini', que elegeu 74 deputados.  

Assim, a 'Aliança Salvini' ficou atrás da Direita Tradicional (EPP; 178 deputados), dos Social-Democratas (149 deputados), dos Liberais (ALDE; 115 deputados) e dos Verdes (75 deputados), colhendo um resultado, portanto, decepcionante, sem dúvida alguma.
Manifestações de 26/05 a favor de Bolsonaro: Uma das características do Neofascismo é o desejo de destruir a divisão dos poderes, exterminar os opositores e aniquilar as liberdades  democráticas.

Embora o maior crescimento em número de deputados tenha sido dos Liberais (ALDE), que passaram de uma bancada de 67 para 115 deputados e que se beneficiaram com a adesão de Emmanuel Macron (LREM), com a criação dos Ciudadanos (Espanha) e com o crescimento dos Liberais-Democratas britânicos, o resultado mais impressionante desta eleição para o Parlamento Europeu foi justamente o crescimento dos Verdes.

Afinal, os Verdes passaram de uma bancada de 52 para 75 deputados, fenômeno que nenhum instituto de pesquisa previu.Todas as pesquisas apontavam para o fato de que eles iriam, no máximo, manter o mesmo número de deputados.

Esse crescimento das forças ambientalistas se deu muito em função do maciço voto dos jovens europeus, que se sentiram atraídos pela plataforma dos Verdes, que defende a Integração Europeia, o Meio Ambiente, a Justiça Social, as Liberdades Democráticas e os Direitos Humanos.

Como disse a líder dos Verdes alemães Ska Keller sobre os resultados: "É uma grande celebração, mas é também uma grande responsabilidade. É uma grande tarefa colocar em ação aquilo que as pessoas nos pedem: proteção climática, justiça social na Europa e a luta por liberdades civis em todo lugar.".

Logo, a plataforma nitidamente Progressista dos Verdes europeus entra em choque com as intenções da Extrema-Direita global (Neofascista).
Pedro Sánchez comemora a vitória nas eleições para o Parlamento da Espanha. Esta foi a primeira indicação de que a ascensão da Extrema-Direita tinha chegado a um limite. A vitória eleitoral foi ainda maior nas eleições municipais e para o Parlamento Europeu (com 32% dos votos), consolidando o PSOE na condição de principal partido Social-Democrata da Europa.

A Extrema-Direita que diz que as alterações climáticas não existem, apoiam medidas que beneficiam as grandes Corporações Globais (vide o governo Trump, que reduziu drasticamente os impostos para as mesmas), atacam imigrantes, querem impor a censura e fazer regredir direitos humanos historicamente conquistados. E muitos dos seus membros ainda desejam destruir os movimentos e partidos que defendem ideias e interesses diferentes. 

Para atingir os seus objetivos, os Neofascistas usam de uma vasta campanha globalmente organizada de ataques, via Fake News, para tentar desqualificar os seus adversários políticos, aos quais eles tratam como inimigos, que é comandada por Steve Bannon. 

Mas os resultados da eleição para o Parlamento Europeu foram decepcionantes para a Extrema-Direita. Matteo Salvini e sua 'Aliança' queriam eleger 33% dos deputados, mas ficou longe disso. 

Assim, mesmo quando somamos todos os movimentos e partidos de Extrema-Direita europeus (Aliança Salvini, Partido do Brexit e Fidezs húngaro), que elegeram 116 deputados, com os Eurocéticos (elegeram 57 deputados) a soma chega a cerca de 173 deputados (não estão inclusos os 17 deputados do M5S, que não fazem parte de nenhum bloco político no Parlamento Europeu), o que representa 23% do total. E mesmo com a inclusão do M5S, o número total de deputados seria de 190 (25,3% do total). 

Logo, pode-se considerar que a Direita Radical europeia, formada pela Extrema-Direita e pelos Eurocéticos, foram derrotados, sim, pois eles estabeleceram metas que não foram atingidas (queriam eleger 33% dos deputados e se limitaram a 25%)  e ainda viu ocorrer o forte crescimento de dois blocos políticos (os Liberais e os Verdes) que se opõem radicalmente aos seus objetivos.
Antônio Costa, do Partido Socialista Português, governa Portugal com apoio de forças de Esquerda e faz um excelente governo. Com isso, as forças Progressistas do país passaram de 56% dos votos. Enquanto isso, Emmanuel Macron, que é o principal líder dos Liberais europeus (ALDE), enfrenta muitas dificuldades e comanda um governo muito rejeitado, devido às políticas de eliminação de direitos trabalhistas e previdenciários e de extinção do Impostos sobre Grandes Fortunas. Tais políticas são rejeitadas pela imensa maioria da população, o que o levou a ficar em segundo na eleição para o Parlamento Europeu, atrás de Marine Le Pen. 

E isso aconteceu mesmo na Itália governada pela 'Liga' de Matteo Salvini e pelo M5S (Movimento 5 Estrelas) liderado por Luigi di Maio, onde o Partido Democrático (Centro-Esquerda) teve um expressivo crescimento, ficando com 22,7% dos votos, deixando o M5S (que integra o governo italiano junto com a 'Liga' liderada por Salvini) em terceiro lugar, com apenas 17,1%. 

E caso o M5S continue nesse processo descendente, o Partido Democrático poderá vir a ser o grande beneficiado com isso, passando a polarizar a disputa política com a 'Liga' de Salvini. 

Na Itália, mesmo com a vitória da 'Liga', que conquistou 34,3% dos votos, a queda significativa do M5S representa um aviso ao governo italiano, que é comandado pela 'Liga' e pelo 'M5S'. Além disso, o resultado mostrou uma significativa recuperação do Partido Democrático (Centro-Esquerda), de oposição.

No Reino Unido vimos o desmoronamento do tradicional Partido Conservador, o que explica a renúncia e o choro de Theresa May no dia anterior ao início da votação. 

No Reino Unido, quem cresceu bastante foi o 'Partido do Brexit' (de Nigel Farage), mas que elegeu menos deputados do que esperava, os Liberais-Democratas e os Verdes. Os Trabalhistas também perderam muitos votos, mas pode ser que venham a se recuperar, pois ainda conquistaram cerca de 14% dos votos.
Angela Merkel venceu a eleição na Alemanha, mas perdeu muitos votos, fechando com 28% do total. Macron ficou em segundo lugar na França, mas os Liberais se fortaleceram bastante no cenário europeu, passando de 67 para 115 deputados. Eles estimularam a participação do eleitorado, para evitar a 'destruição da Europa' e conseguiram conter o crescimento dos Eurocéticos e da Extrema-Direita.

Mas o Reino Unido está de saída da União Europeia e isso deverá ser feito de forma bastante dura, sem acordo com a UE. O problema é que a votação do 'Partido do Brexit' ficou muito longe da maioria absoluta e as outras forças políticas são favoráveis à UE. 

Na Alemanha vimos a ascensão muito forte dos Verdes e a queda dos dois partidos mais tradicionais, Democratas-Cristãos e Social-Democrata. E o 'Alternativa para a Alemanha', eurocético e xenófobo, conquistou pouco mais de 10% dos votos, muito menos do que esperava. 

Então, pode-se questionar: Será que a onda Neofascista Global está chegando próximo do fim? Não é de se duvidar. Bem, na pior das hipóteses pode-se afirmar que o crescimento da Extrema-Direita foi contido, pelo menos neste momento.

Mas para que o fim dessa 'Onda Global' de Extrema-Direita realmente se concretize será necessário derrotar Donald Trump no próximo ano.

Caso isso aconteça, então a humanidade estará livre desse perigo, ou seja, de ser comandada por Neofascistas que desejam levar o planeta de volta para a Idade da Pedra.

No Pasarán!
Manifestação do partido 'Alternativa para a Alemanha', que possui um caráter eurocético, racista, xenófobo e islamofóbico. A legenda obteve pouco mais de 10% dos votos, bem menos do que esperava.

Links:

Ska Keller lidera a nova geração que comanda a Onda Verde:

Extrema-Direita cresce menos do que esperava e irá entrar em conflito:

Resultado da eleição para o Parlamento Europeu:

A Ascensão dos Verdes na Alemanha:

'Liga' de Salvini vence na Itália, mas 'M5S' desaba e 'Partido Democrático' se recupera:

Verdes crescem bastante e ultrapassam o SPD:

Parlamento Europeu: Ascensão dos Verdes e dos Liberais barra a ascensão da Extrema-Direita e dos Eurocéticos:
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/26/internacional/1558887561_830895.html

'Onda Verde' invade a Europa:
https://www.dn.pt/mundo/interior/onda-verde-invade-a-europa-sera-que-isso-tera-efeitos-praticos--10944339.html

Eleição na Espanha: PSOE vence e o PP preserva a condição de maior partido da Direita:
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/26/internacional/1558888027_462071.html

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