Espanha: Forças Progressistas vencem a eleição, barram a Extrema-Direita e Pedro Sánchez (PSOE) continuará governando!
Espanha: Forças Progressistas vencem a eleição, barram a Extrema-Direita e Pedro Sánchez (PSOE) continuará governando! - Marcos Doniseti!
Estes foram os resultados da eleição na Espanha, depois que foram apurados 99,98% dos votos.
Esquerda Progressista:
PSOE (Centro-Esquerda) 123 deputados;
Podemos/IU (Esquerda Progressista) 42 deputados;
Partidos Nacionalistas Catalães (ERC 15 + JxCAT 7) 22 deputados;
EH Bildu (Nacionalistas Bascos de Esquerda) 4 deputados;
Compromís (Progressistas de Valência) 1 deputado.
Total = 192 deputados.
Direita:
PP (Direita Tradicional) 66 deputados;
Ciudadanos (Direita Neoliberal) 57 deputados;
Vox (Extrema-Direita) 24 deputados.
Total = 147 deputados.
A soma das forças políticas Progressistas chega a 192 deputados, sendo que a maioria absoluta para governar é alcançada com 176 deputados (são 350 no total).
PSOE e Podemos conseguirão se entender, sem muitas dificuldades. O problema será conseguir atrair as forças nacionalistas para que apoiem o governo. Se o atual primeiro-ministro Pedro Sánchez conseguir fechar acordo com algumas delas, então ele terá maioria absoluta para governar.
Assim, bastaria Sánchez obter o apoio do ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), que elegeu 15 deputados, para atingir os 180 deputados e, assim, obter a maioria absoluta.
Os partidos de Direita (PP e Ciudadanos) e de Extrema-Direita (Vox), somados, elegeram apenas 147 deputados, menos do que a soma do PSOE + Izquierda Unida/Podemos (que é de 165 deputados).
Charge sensacional que representa muito bem o que foi o resultado desta eleição para o Parlamento da Espanha. No Pasarán! |
Os partidos separatistas da Catalunha (ERC + JxCAT e Front da República), que são os partidos regionais mais fortes da Espanha, somaram pouco mais de 40% dos votos na região e elegeram 22 deputados para o Parlamento espanhol. Então, nem mesmo na Catalunha eles tiveram maioria absoluta.
Portanto, eles deverão dialogar com Pedro Sánchez e acabarão apoiando o governo dele, mesmo que não ocupem nenhum cargo no governo do PSOE.
E como aconteceria isso? Simples: Eles poderão, simplesmente, se ausentar das votações no Parlamento, não dando nenhum voto para a oposição ou mesmo votar a favor de projetos pontuais do governo de Sánchez.
Assim, Sanchez conseguiria aprovar os seus projetos e poderia governar apenas com o apoio do PSOE e do Podemos/Izquierda Unida que, somados, tem 165 deputados, ou seja, eles possuem 18 deputados a mais do que a Direita somada (147).
Assm, desejo boa sorte para a Espanha que rejeitou o extremismo de Direita, representado pelo Vox, que elegeu muito menos deputados do que esperava (contavam com cerca de 70 deputados eleitos).
O mapa eleitoral da Espanha mudou bastante entre 2016, quando o PP foi o grande vencedor, e 2019, quando o PSOE foi o vitorioso. |
É bom ressaltar que foi justamente durante o período de governo do PSOE, entre 1982 e 1996, que a Espanha passou por um rápido processo de crescimento e de modernização, entrando para a União Europeia.
Mas que Pedro Sánchez sequer pense na possibilidade de fazer um acordo com o Ciudadanos, partido de Direita Neoliberal que é liderado por Alberto Rivera e que, tempos atrás, disse que jamais faria um acordo com o PSOE e com Pedro Sánchez, portanto.
No discurso em que Pedro Sánchez comemorou a vitória, neste 28 de Abril, os eleitores do PSOE presentes ao ato gritaram 'Com Rivera, Não', pois não aceitam uma aliança do PSOE com um partido direitista para poder atingir a maioria absoluta no Parlamento.
Quem votou no PSOE o fez porque deseja que a Espanha tenha um governo Progressista, em todas as áreas: econômica, social, política, cultural, educacional, comportamental, ambiental. Os espanhóis votaram por um governo progressista, que respeite o direito de todos, independente de seu sexo, ideologia, nacionalidade, etnia, orientação sexual.
Os espanhóis rejeitaram o retrocesso representado, principalmente, pelo Vox (que é um partido machista, racista, xenófobo, homofóbico) e elegeram um governo progressista, que governe respeitando os direitos de todos e que atue em favor da justiça social.
A Espanha já tem uma tradição de eleger governos progressistas. Foi assim em 1931, quando a vitória das forças modernizadoras e mais avançadas do país nas eleições municipais foi tão massacrante que acabou derrubando a Monarquia e deu origem ao primeiro governo Republicano da história do país. Tal governo durou de 1931 até o final de 1933.
Depois, em Fevereiro de 1936, novamente os espanhóis elegeram um governo progressista e modernizador, que foi o da 'Frente Popular', que era formada por socialistas, liberais, comunistas e até por anarquistas.
Porém, na época, as forças reacionárias da Espanha não aceitaram a derrota e promoveram um Golpe de Estado que gerou uma Guerra Civil que durou de Julho de 1936 até o final de Março de 1939, que devastou o país e durante a qual morreram cerca de 500 mil pessoas.
Foi a "Guerra Civil Espanhola", que foi vencida pelas forças Franquistas, graças ao imenso apoio que elas receberam da Itália Fascista, da Alemanha Nazista e, também, dos EUA e da Grã-Bretanha, embora o apoio destes últimos tenha sido menos explícito do que aquele que foi dado por Hitler e Mussolini.
Mas agora o contexto histórico é outro e as forças mais conservadoras e reacionárias da Espanha não tem mais respaldo de governos comandados por genocidas criminosos para iniciar uma guerra civil e, assim, poder impedir que as forças Progressistas da Espanha venham a governar. Eles vão aceitar a derrota, pois não existe outra alternativa.
Então, vamos esperar, torcer e lutar para que o PSOE e Pedro Sánchez façam o governo que foi escolhido pela maioria absoluta dos espanhóis, que é um governo democrático, humanista, civilizado, progressista, que respeite os direitos humanos de todas as pessoas.
No Pasarán!
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Resultado da eleição na Espanha:
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