Caiu a ficha do mercado financeiro: Brasil continuará com a economia estagnada em 2019!

Caiu a ficha do mercado financeiro: Brasil continuará com a economia estagnada em 2019! - Marcos Doniseti!
Os desembolsos do BNDES tiveram um crescimento expressivo a partir de 2003, quando foi de R$ 33,5 Bilhões, e chegaram a R$ 187,8 bilhões em 2014. Somente em 2015, com o início da crise desencadeada pelo movimento golpista, é que os empréstimos começaram a se reduzir, mas ainda estavam em um patamar bastante elevado.

Brasil continuará com a economia estagnada em 2019, admite o mercado financeiro!

As principais instituições do mercado financeiro são consultadas semanalmente pelo Banco Central para que este possa elaborar o chamado 'Relatório Focus', que trata das expectativas para a economia brasileira, fazendo previsões para o comportamento do PIB, da Inflação, dos Juros, enfim, das principais variáveis macroeconômicas do país.

Em novembro de 2018, o boletim Focus apontava para uma estimativa de crescimento de 2,5% para o PIB brasileiro em 2019, fato este que eu dizia, há muito tempo, que nunca iria acontecer, pelos motivos que explico abaixo.

Governos Temer e Bolsonaro adotam e aprofundam políticas Neoliberais radicais!

Desde que o Temer virou Presidente que estou afirmando que não teremos nenhum crescimento econômico no Brasil enquanto as políticas neoliberais ultrarradicais estiverem vigorando em nosso país.

Não existe nenhuma possibilidade de termos crescimento econômico enquanto tivermos governos que fazem o seguinte:

- Reduzem os investimentos públicos produtivos;

- Diminuem a oferta de crédito e aumentam os juros (do BNDES, CEF, BB);

- Arrocham os salários dos trabalhadores;

- Aprovam teto de gastos para investimentos sociais;
Gráfico mostra a evolução do PIB do Brasil entre 1994 e 2013, que passou de US$ 440 Bilhões (2002) para US$ 2,25 Trilhões (2013).

- Destroem os programas de inclusão social: Bolsa Família, FIES, ProUni, Minha Casa Minha Vida, Aumento Real Anual para o Salário Mínimo, Reajuste anual da tabela do Imposto de Renda (não é reajustada desde 2016), entre outros; que estão sendo desmantelados;



- Aprovam 'Reformas' (leia-se  DESMONTE) trabalhista e da previdência que empobrecem ainda mais os trabalhadores e os aposentados e pensionistas;

A reforma trabalhista empobrece os trabalhadores da ativa e a reforma da Previdência empobrece os aposentados e pensionistas, destruindo o poder de compra da população de menor renda (70% dos trabalhadores brasileiros ganham até 3 Salários Mínimos);

- Adotam uma política externa suicida que irá destruir centenas de milhares de empregos em nosso país, fazendo com que o mesmo abra mão do status de 'país emergente' nas organizações internacionais (OMC, OCDE), pois o status de 'país emergente' gera vários benefícios ao país.

- Essa política externa irresponsável também faz o Brasil arrumar conflitos desnecessários com os países árabes e muçulmanos. Os 22 países da Liga Árabe compraram US$ 11,5 bilhões em produtos brasileiros em 2018.

A política externa atual também arruma conflitos desnecessários com a França, uma das cinco maiores economias do mundo, que é uma grande investidora no Brasil e que, junto com a Alemanha, lidera o processo de integração da União Europeia;
A safra de grãos do Brasil cresceu de 98 milhões de toneladas para mais de 200 milhões de toneladas durante os governos Lula e Dilma. 

- A política externa atual também está promovendo conflitos com a China, que é a maior importadora de produtos brasileiros, respondendo por quase 28% de tudo o Brasil exporta e sendo responsável por 45% do superávit comercial brasileiro (que foi de US$ 125 bilhões na soma de 2017 e 2018);

- Entrega de todas as riquezas e das principais empresas do país para o capital estrangeiro (Petrobras, Pré-Sal, Embraer);

- E para piorar, ainda tivemos a destruição de setores fundamentais para a economia brasileira (a Construção Civil, por exemplo), alegando a necessidade de se 'combater a corrupção.

A destruição da economia nacional!

Como afirmei, além de uma política econômica equivocada, também tivemos a destruição de setores fundamentais para a economia brasileira (a Construção Civil, por exemplo), alegando a necessidade de se 'combater a corrupção'.

Nos EUA, por exemplo, as pessoas envolvidas em corrupção vão presas, mas as empresas são preservadas, devido à importância delas para a economia, mesmo que os diretores das empresas se envolvam em graves irregularidades.

Enquanto isso, no Brasil, setores inteiros da economia nacional foram destruídos em nome dessa parcial, incompleta e simplista 'combate à corrupção', que não reduziu em nada a corrupção no país, aliás, mostrando a sua total ineficácia nesse aspecto. 
A crise do setor de Construção Civil começou depois do início da operação Lava Jato e a queda do setor foi decisiva para provocar a recessão que atingiu o país em 2015 e em 2015 e para a estagnação econômica do período 2017/2019.

Assim, a Lava Jato, que desmontou e enfraqueceu empresas fundamentais para a economia brasileira (Petrobras, Empreiteiras) paralisou centenas de obras pelo país inteiro, tirando o emprego de 5 milhões de trabalhadores. 

Isso levou ao adiamento e ao abandono de gigantescos investimentos produtivos nas áreas de energia e de construção civil, contribuindo decisivamente para a recessão que se abateu sobre a economia brasileira em 2015 e em 2016.

É bom ressaltar que o setor de gás e petróleo aumentou fortemente a sua participação na economia brasileira, passando de 3% do PIB em 2000 para 13% do PIB em 2012. Já o setor de Construção Civil representa 6,2% do PIB do país.

Logo, se somarmos estes dois setores, eles chegam a 19,2% do PIB total do país.

Portanto, ao se promover essa imensa devastação nestes setores tão fundamentais da economia brasileira é claro que  a economia do país como um todo afundaria em uma forte recessão, que foi exatamente o que aconteceu em função da desastrada atuação da operação Lava Jato.

Nenhum país do mundo desmonta setores da economia que representam quase 20% do PIB total do país e fica impune.

A irresponsabilidade pune. E o país e o seu povo pagam pela mesma. 
Durante os governos Lula e Dilma dezenas de milhões de brasileiros ascenderam de classe sócio-econômica. A classe C ganhou 52 milhões de novos integrantes, enquanto que as classes A/B receberam 15,8 milhões de novos membros.



O relatório Focus e as suas previsões furadas!


As instituições que o Banco Central consulta para elaborar o relatório semanal Focus previam, em Novembro de 2018, logo após a vitória de Bolsonaro, que a economia brasileira iria crescer 2,5% em 2019, o que prova que eles vivem com a cabeça no mundo da Lua, em uma verdadeira 'Ilha da Fantasia'.

Desde a época do governo Temer eu já dizia que essas previsões de retomada da economia caso Dilma fosse derrubada eram falsas e mentirosas.

Afinal, promover crescimento econômico com a adoção de políticas neoliberais recessivas e que empobrecem o país e o seu povo não passava de mera ficção científica, eram sonhos de uma noite de verão.

Eu afirmava, desde a época em que o movimento golpista fazia de tudo para derrubar Dilma da Presidência da República, que tais previsões jamais iriam se confirmar.

Afinal, não temos uma política econômica de estímulo ao crescimento no Brasil desde o governo Temer, que adotou políticas neoliberais irresponsáveis e que foram as mesmas que quebraram o Brasil no governo FHC (que recorreu três vezes ao FMI, do qual emprestou US$ 86,5 Bilhões) e que acabaram de levar a Argentina à falência no governo neoliberal de Macri.

Desde o governo Temer eu afirmo que, na melhor das hipóteses, a economia brasileira ficará estagnada e por muitos anos. Isso irá acontecer enquanto esse modelo de política econômica neoliberal continuar sendo imposto ao país e ao seu povo.
Os investimentos das empresas Estatais tiveram um crescimento significativa durante os governos Lula e Dilma, passando de R$ 18,9 Bilhões em 2002 para US$ 113 Bilhões em 2013, o que representou um grande estímulo ao setor privado e para o crescimento da economia nacional.

E foi exatamente isso que aconteceu: Em 2017 e em 2018 a economia brasileira cresceu ridículos 1,1% e na soma dos dois anos o crescimento chegou, portanto, a medíocres 2,2%, sendo que se descontarmos o crescimento demográfico de 0,8% ao ano, então o crescimento real não passou de 0,6% em dois anos. E agora a previsão é de, novamente, o PIB brasileiro 'crescer' patéticos 1% em 2019.

Assim, teremos  o terceiro ano consecutivo de estagnação econômica, após dois anos de forte recessão (2015 e 2016, com queda de 3,5% do PIB em cada ano).

Esta crise econômica foi provocada pelo movimento golpista (que gerou uma gravíssima crise político-institucional que ainda não terminou), pelo Terrorismo Midiático (que inventou a maior Fake News das últimas décadas, a de que 'o PT quebrou o Brasil') e pela operação Lava Jato.

Brasil X China/Índia: Uma comparação!

No mesmo período em que o Brasil ficou estagnado (2017 e 2018), com um crescimento medíocre de apenas 2,2% na soma de dois anos, a economia da China cresceu 6,9% em 2017 e 6,6% em 2018, acumulando um crescimento de 14% em dois anos.

A Índia também cresce no mesmo ritmo da economia chinesa e o seu PIB se expandiu 6,7% no ano fiscal 2017/2018 (o ano fiscal indiano vai de Abril a Março). 

Para o ano fiscal 2018/2019 a previsão é de um crescimento de 7,3% para a economia da Índia. Portanto, a soma destes dois anos também irá resultar em um expressivo crescimento econômico de 14% para a economia indiana. Enquanto isso, o Brasil cresceu 2,2% nestes dois anos.
Durante os governos Lula e Dilma o poder de compra do Salário Mínimo subiu bastante, permitindo que um Salário Mínimo passasse a comprar 2,3 cestas básicas em 2017, contra 1,3 cestas básicas em 2002.

O Brasil, o 'Capitalismo de Estado' e o Crescimento Econômico!

Durante os governos de Lula e Dilma o Brasil adotou um modelo de 'Capitalismo de Estado' que tinha várias semelhanças com as políticas dos governos da China e da Índia.

Este modelo combina medidas de estímulo ao investimento produtivo por parte do setor privado com a intervenção do Estado na economia e na área social, visando promover um maior crescimento econômico e uma redução das desigualdades sociais, da pobreza e da miséria. 

Assim, no período de governo do PT (Lula e Dilma) os investimentos das empresas Estatais tiveram um crescimento significativo, passando de R$ 18,9 Bilhões em 2002 para R$ 113,5 Bilhões em 2013, acumulando um crescimento de 500%, o que representou um grande estímulo ao investimento privado e ao crescimento da economia. 

Além dos investimentos da Petrobras, especialmente no pré-sal, outro exemplo de investimento estatal importante nós tivemos no setor de Construção Naval, que se beneficiou da política de 'Conteúdo Nacional', por meio da qual os navios encomendados pela Transpetro (subsidiária da Petrobras) para os estaleiros nacionais exigiam um grau mínimo de nacionalização (de 70%). 

Com isso, o número de empregos nos estaleiros do país passou de 7 mil (2003) para 100 mil (2014), sendo que outros 320 mil empregos foram gerados em outros setores que fornecias peças, componentes e serviços para os estaleiros.
O 'Anita Garibaldi' foi um dos inúmeros navios construídos no Brasil e que foi encomendado pela Transpetro, graças à política de 'Conteúdo Nacional' que foi adotada pelos governos Lula e Dilma.

Devido à essa política, adotada a partir do governo Lula, a indústria brasileira do setor de Construção Naval se tornou a quarta maior do mundo, ficando atrás apenas da China, Coréia do Sul e Japão, e ficando à frente dos EUA, o quinto colocado. 

No entanto, no governo Temer essa política de 'Conteúdo Nacional' foi abandonada, a encomenda de novos navios foi cancelada e os estaleiros, agora, estão esvaziados. Com isso, centenas de milhares de trabalhadores perderam os seus empregos, sendo que muitos deles eram de salários elevados.  

O resultado dessa política é que, entre 2003-2014, o Brasil passou de 13a. economia do mundo para 6a. economia do mundo, com o seu PIB aumentando de US$ 500 bilhões (2002) para US$ 2,4 trilhões (2014). E o PIB per Capita brasileiro cresceu de US$ 2800 para US$ 11.700 no mesmo período.

Com isso, 50 milhões de brasileiros ascenderam de classe sócio-econômica, com 40 milhões subindo das classes D/E para a classe C e outros 10 milhões ascendendo para as classes A/B.

Foi a crise política-institucional, que levou à derrubada de Dilma, a operação Lava Jato (quebrando ou enfraquecendo empresas fundamentais para a economia do país), o abandono dessa política de 'Capitalismo de Estado' e a adoção de políticas Neoliberais radicais que levou o Brasil à crise atual.
O Brasil saiu de anos sucessivos de déficit na balança comercial, durante os governos FHC, para um período de elevados superávits comerciais durante os governos Lula, totalizando US$ 259 bilhões entre 2003-2010. Somando até o final do governo Dilma esse superávit ficou em torno de US$ 320 bilhões. 

A crise política-institucional ainda não foi superada (vide a prisão ilegal de Lula e os conflitos entre Bolsonaro e Rodrigo Maia), a Lava Jato continua fazendo seus estragos e as política neoliberais radicais estão sendo aprofundadas pelo governo de Bolsonaro.

Modéstia à parte, afirma, com convicção, de que entendo muito mais sobre economia do que esses medíocres que o Banco Central consulta para fazer esse patético e furado relatório Focus.

Links:

Relatório Focus: Mercado financeiro reduz expectativa de crescimento do PIB para 
1% em 2019:


Aumento da participação do setor de petróleo e gás no PIB brasileiro (de 3% para 13%):


Construção Civil representa 6,2% do PIB brasileiro:


Brasil: PIB per Capita teve um crescimento expressivo durante os governos Lula e Dilma, passando de US$ 2800 (2002) dólares anuais para US$ 11.670 dólares anuais (2014).

Mudança no cálculo irá reduzir em 20% o valor das aposentadorias:


Evolução da safra de grãos no Brasil:


Nível de investimentos das Estatais brasileiras entre 2000 e 2013:



Brasil: Evolução do PIB da Construção Civil entre 2004 e 2016:


Em 2014, o Brasil tinha a 4a. maior indústria de Construção Naval do mundo:

http://sinaval.org.br/2017/04/brasil-e-o-quarto-maior-construtor-naval-do-mundo/

Número de passageiros de avião chegou a 111 milhões em 2013:

https://www.valor.com.br/empresas/3423108/anac-numero-de-passageiros-transportados-cresce-166-em-2013

Plano Safra de 2015/2016 chega a R$ 187,7 Bilhões:

https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Politica/noticia/2015/06/plano-safra-20152016-tera-1877-bilhoes.html

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