Argentina: Saiba como o governo de Mauricio Macri afundou o país!

Saiba como o governo de Mauricio Macri afundou a Argentina! -Marcos Doniseti!
Esse gráfico (que mostra a evolução das contas externas do país) explica, de forma resumida, porque o governo de Macri afundou a Argentina em uma crise terrível. Em 2015 o Déficit Externo do país era pequeno (em torno de 1,2% do PIB). Mas as políticas de livre-mercado (incluindo a liberação de importações e de empréstimos externos) que Macri adotou acabou gerando um forte aumento do Déficit Externo, que ultrapassou os 5% do PIB em 2018. Esse déficit crescente gerou um rápido crescimento da Dívida Externa, o que levou o país a queimar grande das suas reservas internacionais para cobrir o pagamento dessa dívida. Essa situação gerou fuga de capitais, o que obrigou Macri a recorrer ao FMI.

De que maneira o governo de Macri afundou a Argentina?

Nos tempos de Nestor e Cristina Kirchner o desemprego, a pobreza e a miséria despencaram na Argentina, que chegou a acumular significativas reservas internacionais e até a pagar a dívida com a FMI. Em Julho de 2002 a taxa de desemprego na Argentina era de 21,5% e em Julho de 2015 (último ano do governo de Cristina Kirchner) ela era de apenas 5,9%. 
Cristina Kirchner mantinha a economia argentina em uma situação equilibrada por meio do controle da entrada e saída de capitais, bens e serviços, o que limitava o consumo de bens e serviços importadas pela população. 
Assim, o déficit externo da Argentina era mantido em um patamar reduzido, a Dívida Externa ficava sob controle e o país conseguia pagar os seus compromissos externos sem maiores dificuldades. 
Tanto isso é verdade que, no final de 2015, a Argentina tinha um déficit externo de apenas 1,2% do PIB, que era financiado sem dificuldades, e possuía reservas internacionais bastante expressivas.
Mas as políticas Neoliberais de Macri jogaram a Argentina em uma situação catastrófica novamente e o país vive, em seu governo, um gigantesco retrocesso econômico e social.
Suas políticas de livre-mercado (liberando a circulação de capitais, produtos e serviços e também as importações) levaram a um rápido aumento do consumo e das importações.
Este aumento irresponsável do consumo privado foi financiado com dinheiro externo, o que fez com que a dívida externa da Argentina disparasse (aumento de US$ 100 bilhões).
Com isso, as reservas internacionais diminuíram drasticamente, levando à fuga de capitais, pois os credores externos da Argentina perceberam o quanto a situação financeira do país estava se deteriorando. .
Em função dessa situação catastrófica, o governo Macri teve que pedir um gigantesco empréstimo (de US$ 57 bilhões) junto ao FMI, o que representa 9,4% do PIB, para impedir que as reservas internacionais do país fossem zeradas.
Para se ter uma ideia da trágica situação em que Macri colocou a Argentina, se o Brasil fizesse um empréstimo semelhante (equivalente a 9,4% do PIB) o valor do mesmo seria de  espantosos US$ 190 bilhões (R$ 750 Bilhões). 
Devido à essa catastrófica situação econômica e financeira que foi gerada pelo governo de Macri, a Argentina sofreu uma forte queda do PIB em 2018 (redução de 2,5%), a taxa de desemprego chegou a 9,1% (Janeiro de 2019) e o percentual da população vivendo na pobreza aumentou de 25,7% no segundo semestre de 2017 para 32% no segundo semestre de 2018 (crescimento real de 24,5%). 

Cristina Kirchner é saudada por 100 mil pessoas em estádio lotado no ato de encerramento da sua campanha ao Senado, para o qual foi eleita. Em seu governo o desemprego era baixo (em torno de 6%) e o país tinha contas externas equilibradas. 

"Efeito Orloff": O Brasil de amanhã poderá ser a Argentina de hoje!
O Brasil somente não toma o mesmo rumo da Argentina porque ainda temos uma economia muito mais competitiva globalmente (o Brasil teve um superávit comercial de US$ 60 bilhões em 2018) e também porque, durante os governos Lula-Dilma, o Brasil elevou as suas reservas internacionais de US$ 16 bilhões para US$ 376 bilhões. Estas reservas são suficientes para pagar toda a Dívida Externa e ainda sobram cerca de US$ 50 bilhões.
Logo, são o expressivo superávit comercial do país e as imensas reservas internacionais que, agora, garantem um mínimo de estabilidade econômica ao Brasil e que permitem que o país não precise recorrer ao FMI, tal como ocorreu com o Argentina de Macri.
Aliás, é bom ressaltar que metade do superávit comercial brasileiro é obtido com a China (são US$ 30 Bilhões anuais), que é o mesmo país com o qual o governo Bolsonaro está comprando briga de forma inteiramente gratuita e desnecessária. E seu governo também está irritando os países muçulmanos, devido ao apoio que fornece para Israel em seu conflito contra os Palestinos 
E se essa política de arrumar confusão com a China continuar, os chineses poderão diminuir as suas compras de produtos brasileiros, deixando de ser os maiores importadores do Brasil, que vende para a China 27% de tudo o que exporta. E os países muçulmanos (árabes, em especial) poderão fazer o mesmo caso Bolsonaro continue apoiando Israel. 
Assim, devido a uma política externa totalmente equivocada, o superávit comercial brasileiro poderá vir a despencar. E assim o Brasil poderá caminhar para uma situação muito semelhante à da Argentina, pois sem os recursos do superávit comercial (US$ 60 bilhões anuais), os compromissos internacionais do país passariam a ser pagos com crescentes empréstimos externos.
Desta maneira, a Dívida Externa brasileira iria crescer rapidamente e o país teria que pedir dinheiro emprestado junto ao FMI, tal como já aconteceu na época da Ditadura Militar (governo Figueiredo, em 1981), no governo de Collor e no governo FHC, e aconteceu agora com a Argentina de Macri. 
E no governo Sarney o Brasil ainda decretou moratória no pagamento da Dívida Externa (1988), pois ficou sem recursos para pagar os seus compromissos externos, pois ficou sem reservas internacionais. 
Portanto, ou o governo de Bolsonaro abandona essa política externa suicida e irresponsável ou então o Brasil irá caminhar para ser, amanhã, o que é a Argentina, ressuscitando o famoso 'Efeito Orloff'.
PIB per Capita acumulou um expressivo crescimento na Argentina durante os governos de Nestor e Cristina Kirchner (2003-2015).

Links:

Nestor Kirchner pagou toda a dívida da Argentina com o FMI em Janeiro de 2006:

https://www.pagina12.com.ar/113352-cuando-la-argentina-le-dijo-chau-al-fmi
Nestor Kirchner paga toda a dívida da Argentina com o FMI:
A crise econômica da Argentina:
Taxa de Desemprego na Argentina em Julho de 2002 foi de 21,5%:
Taxa de desemprego na Argentina chega a 9,6% em Junho de 2018:
Evolução da taxa de desemprego na Argentina: 5,9% em Julho de 2015 (governo Cristina) e 9,1% em Janeiro de 2019 (governo Macri):
Taxa de pobreza na Argentina chega a 32%:
Macri obtém empréstimo de quase US$ 57 milhões junto ao FMI:
Miriam Leitão elogia política econômica de Macri antes dele recorrer ao FMI:

Comentários