O Brasil voltará a crescer com a adoção de políticas neoliberais e de total submissão aos EUA? Jamais!

O Brasil voltará a crescer com a adoção de políticas neoliberais e de total submissão aos EUA? Jamais! - Marcos Doniseti!
Exportações brasileiras tiveram um crescimento expressivo entre 2003 e 2014. Em 2002 as exportações foram de US$ 60 Bilhões e em 2014 elas ultrapassaram os US$ 220 Bilhões.



Políticas Neoliberais Ultrarradicais e submissão Neocolonial aos EUA impedem a volta do crescimento econômico!

Desde que o movimento golpista teve início que o Brasil entrou em uma era de Recessão e de Estagnação econômica.

Os dois primeiros anos (2015-2016) do movimento golpista foram de recessão provocada pela desestabilização do governo Dilma por parte dos golpistas, que jogou o Brasil em uma gravíssima crise política e institucional.

A aprovação das famosas 'Pautas-Bomba', comandada por Eduardo Cunha, que sabotou claramente todas as iniciativas do governo Dilma, foi um exemplo desse processo desestabilização.

Neste contexto, os investimentos produtivos e o consumo interno despencaram, pois ninguém sabia o que iria acontecer.

Afinal, ninguém é doido de fazer novos investimentos ou de assumir novas dívidas se não sabe qual será o futuro. Na incerteza, as empresas e as pessoas cortam radicalmente os seus investimentos e o seu consumo.

E esta situação gerou a forte Recessão do biênio 2015-2016, nos quais o PIB brasileiro caiu 3,5% (em cada ano), acumulando uma queda superior a 7%. No entanto, os golpistas prometeram que bastaria tirar Dilma do cargo que a economia voltaria a crescer e a gerar empregos.
A safra anual de grãos do Brasil mais do que dobrou durante os governos Lula e Dilma, passando de 98 milhões de toneladas em 1998 para 210 milhões de toneladas em 2015. Isso foi fundamental para que as exportações do país crescessem de forma significativa. 

Mas isso não aconteceu e a economia brasileira cresceu ridículos 1,1% em 2017 e em 2018. Somando os dois anos não se chegou a 2,3% de expansão do PIB. E se descontarmos o crescimento demográfico do período (0,8% anuais) o crescimento real do PIB foi de medíocres 0,6% no acumulado de 2017-2018. Não tivemos crescimento algum, portanto.

Desta maneira, os anos de 2017 e 2018 foram anos de estagnação econômica e que foi gerada pela imposição de um modelo econômico neoliberal pelo governo Temer.

E os anos de 2019 e 2020 também serão anos perdidos em termos de crescimento econômico e de geração de empregos em função do modelo econômico Neoliberal de Temer estar sendo radicalizado e aprofundado pelo governo de Bolsonaro.

Desde 2017 que o Salário Mínimo está sendo reajustado abaixo da inflação e desde 2016 que a tabela do Imposto de Renda não é reajustada, sendo que a inflação acumulada nestes três anos (2016/2018) foi de 13%. Os investimentos sociais foram congelados por 20 anos pelo governo Temer (Teto de Gastos) e, agora, estão sendo reduzidos por Bolsonaro.

As tais 'reformas' (desmonte, de fato) da Previdência e Trabalhista de Temer/Bolsonaro empobrecem ainda mais a população, pois eliminam direitos e benefícios conquistados por meio de muitas lutas e representam, na prática, uma transferência brutal de riqueza dos pobres, dos trabalhadores  e da classe média para o Sistema Financeiro (bancos, fundos de investimentos). 
A Renda per Capita brasileira teve um crescimento expressivo durante os governos Lula e Dilma, passando de R$ 26 mil anuais para quase R$ 36 mil anuais.

O fato concreto é que enquanto o Brasil continuar com esse modelo econômico neoliberal concentrador de renda e que aumenta ainda mais a pobreza da população não iremos crescer coisa alguma. 

Os empresários brasileiros não sabem disso porque não estudaram (eles já nasceram em berço de ouro) e não fazem ideia de como funciona a economia real, pois nas últimas décadas eles ficaram vicidados em aplicar seus capitais em títulos públicos e no mercado financeiro. Eles perderam o contato com a economia real, que produz riquezas e gera empregos. 

E o pouco que esses empresários pensam em produzir é voltado apenas para atender aos desejos de consumo de uma elite e que constitui, no máximo, 20% da população. 

Política Externa atual prejudica a Economia Brasileira!

Caso ainda o governo atual do país tivesse uma agressiva política de estímulo às exportações, a fim de conquistar novos mercados para os bens e serviços brasileiros, ainda poderíamos ter algum crescimento econômico mais significativo, mas o que vemos é exatamente o contrário. 
A taxa de crescimento econômico do Brasil foi positiva durante o período 1995-2014, tendo se acelerado a partir de 2004. Os piores anos foram os de 1998/1999 e o de 2009 e 2014, quando o Brasil sofreu o impacto de fortes crises externas. 

Afinal, o governo Bolsonaro promoveu uma perigosa ideologização da sua política externa, colocando o Brasil sob uma condição de submissão tipicamente neocolonial na relação com os EUA. 

A entrega da Base de Alcântara (para os militares dos EUA) e da Embraer (para a Boeing) são iniciativas bastantes simbólicas desta relação de submissão que o governo Temer passou a adotar e que o governo Bolsonaro aprofundou. 

E tudo isso é feito ao mesmo tempo em que o governo atual arruma cada vez mais conflitos com os principais parceiros comerciais do Brasil, como são o caso da China, América Latina, países muçulmanos e França, que é a nação que, junto com a Alemanha, lidera a União Europeia. 

A China, que já foi criticada várias vezes por membros do governo brasileiro e pelo próprio Presidente brasileiro, compra quase 28% de tudo o que Brasil exporta e responde, sozinha, por quase metade do superávit comercial brasileiro. Este chegou a US$ 125 Bilhões na soma de 2017 e 2018, sendo que cerca de US$ 60 bilhões foram obtidos no comércio realizado com a China. 

A China comprou US$ 66,6 Bilhões em produtos brasileiros em 2018 (27,8% do total), enquanto que a União Europeu adquiriu US$ 42,1 Bilhões (17,6% do total). A Argentina, principal mercado de exportações do Brasil na América Latina, comprou outros US$ 14,9 bilhões de produtos brasileiros (6,3% do total). 
Ranking dos principais parceiros comerciais do Brasil passou por uma mudança drástica durante os governos Lula e Dilma. Em 2002 os EUA compravam 26% dos produtos exportados pelo Brasil e em 2010 essa participação caiu para 10%. Em 2018 foi de 12%. Maior crescimento foi da China que, atualmente, compra 27,8% das exportações brasileiras. 

Assim, somando os três mercados (China, UE e Argentina) temos um total de US$ 123,6 Bilhões exportados pelo Brasil, o que representa  51,6% do total exportado pelo país em 2018 (US$ 239,5 Bilhões).

Enquanto isso, os EUA compraram apenas US$ 28,8 bilhões em produtos brasileiros em 2018, o que representa apenas 12% do total exportado pelo Brasil.

Portanto, para o Brasil estes três mercados somados (China, UE e Argentina) representam mais do que quatro vezes o mercado dos EUA. E se incluirmos os países muçulmanos essa diferença será ainda maior. 

Portanto, os mercados da China e da UE, com os quais o governo Bolsonaro está arrumando conflitos, são os dois maiores e mais importantes para o Brasil, tendo uma importância muito maior do que a dos EUA. A importância deste no comércio exterior brasileiro é muito menor do que já foi (ver gráfico acima). 

Caso este superávit comercial venha a sofrer uma redução muito significativa, então o Brasil entrará em uma Recessão profunda e perderá a capacidade de cumprir com os seus compromissos financeiros externos (pagamento de juros e amortizações da dívida externa, por exemplo). 
A taxa de subutilização da força de trabalho teve um crescimento expressivo no Brasil após a derrubada de Dilma, saindo de 16% em 2015 para 24,6% em 2019 (trimestres de Dezembro a Fevereiro), acumulando um crescimento de 53,8% no período.

No futuro, caso a situação financeira se deteriore bastante, o Brasil poderá até que repetir o governo Macri e recorrer a vultosos empréstimos junto ao FMI. Atualmente isso não é necessário pois durante os governos Lula e Dilma o Brasil acumulou imensas reservas internacionais líquidas (de US$ 376 Bilhões) e que representam quase 19% do PIB brasileiro. 

O expressivo superávit comercial e as imensas reservas internacionais são o que garantem ao Brasil uma situação de estabilidade econômica e financeira, o que permite manter a inflação e as contas externas sob controle e em situação de equilíbrio. 

Então, a política externa do governo Bolsonaro é altamente prejudicial aos interesses do Brasil e a tendência é que a mesma leve o país a perder participação nestes mercados externos,  que são de grande importância para a economia brasileira. 

Afinal, a cada US$ 1 bilhão de dólares que o Brasil exporta são criados 60 mil novos empregos no país. Desta maneira, se as exportações brasileiras diminuírem em US$ 10 bilhões, isso levará a que 600 mil trabalhadores brasileiros fiquem desempregados. 
A taxa de desemprego disparou no Brasil a partir do movimento golpista, que sabotou o governo Dilma (com a aprovação das Pautas-Bomba, por exemplo) e resultou na derrubada de um governo eleito democraticamente. A promessa dos golpistas de que bastaria derrubar Dilma que a situação voltaria a melhorar não foi cumprida.

Condições para a volta do Crescimento Econômico!

O fato concreto é que o Brasil não voltará a crescer enquanto não aumentar o poder de compra da população, adotando medidas como:

- Aumentos reais de salários;

- Redução de impostos para os mais pobres; 

- Aumento da oferta de crédito;

- Redução de juros;

- Aumento de investimentos sociais e na infraestrutura (com revogação do absurdo Teto de Gastos);

- Política Externa que abra e conquiste novos mercados para os bens e serviços brasileiros, evitando conflitos com os países que são os principais compradores de produtos brasileiros.

Podem salvar em seus computadores o que estou afirmando: Com esse modelo econômico neoliberal, privatista e entreguista e com essa política externa ideologizada e de total submissão aos EUA que passamos a ter com os governos de Temer/Bolsonaro o Brasil ficará estagnado por toda a eternidade.

Quem sobreviver, verá.
No Brasil, o número de estudantes matriculados no Ensino Superior cresceu 122% entre 2003 e 2015, passando de 3,6 milhões para 8 milhões. Isso aconteceu em função de políticas governamentais como a expansão do FIES, a criação do ProUni e a construção de 18 novas Universidades Federais e de 422 novos Institutos Federais de Ensino Superior.


Links:

Reações de países árabes à aproximação do Brasil com Israel preocupam o agronegócio:


China sinaliza que irá comprar mais US$ 30 Bilhões anuais em produtos agrícolas, prejudicando o Brasil:


Superávit Comercial do Brasil chega a US$ 125 Bilhões em dois anos (2017/2018); China e UE são os principais mercados brasileiros:

As reservas internacionais líquidas do Brasil aumentaram fortemente entre 2003 e 2014, período no qual elas passaram de US$ 16 Bilhões (2002) para US$ 379 Bilhões.



Superávit Comercial do Brasil no primeiro Bimestre de 2019 é de quase US$ 5,9 Bilhões:

https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/01/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-367-bilhoes-em-fevereiro.ghtml

Comentários