O Brasil voltará a crescer com a adoção de políticas neoliberais e de total submissão aos EUA? Jamais!
O Brasil voltará a crescer com a adoção de políticas neoliberais e de total submissão aos EUA? Jamais! - Marcos Doniseti!
Desde que o movimento golpista teve início que o Brasil entrou em uma era de Recessão e de Estagnação econômica.
Links:
Superávit Comercial do Brasil no primeiro Bimestre de 2019 é de quase US$ 5,9 Bilhões:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/01/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-367-bilhoes-em-fevereiro.ghtml
Exportações brasileiras tiveram um crescimento expressivo entre 2003 e 2014. Em 2002 as exportações foram de US$ 60 Bilhões e em 2014 elas ultrapassaram os US$ 220 Bilhões. |
Políticas Neoliberais Ultrarradicais e submissão Neocolonial aos EUA impedem a volta do crescimento econômico!
Os dois primeiros anos (2015-2016) do movimento golpista foram de recessão provocada pela desestabilização do governo Dilma por parte dos golpistas, que jogou o Brasil em uma gravíssima crise política e institucional.
A aprovação das famosas 'Pautas-Bomba', comandada por Eduardo Cunha, que sabotou claramente todas as iniciativas do governo Dilma, foi um exemplo desse processo desestabilização.
Neste contexto, os investimentos produtivos e o consumo interno despencaram, pois ninguém sabia o que iria acontecer.
Afinal, ninguém é doido de fazer novos investimentos ou de assumir novas dívidas se não sabe qual será o futuro. Na incerteza, as empresas e as pessoas cortam radicalmente os seus investimentos e o seu consumo.
E esta situação gerou a forte Recessão do biênio 2015-2016, nos quais o PIB brasileiro caiu 3,5% (em cada ano), acumulando uma queda superior a 7%. No entanto, os golpistas prometeram que bastaria tirar Dilma do cargo que a economia voltaria a crescer e a gerar empregos.
Mas isso não aconteceu e a economia brasileira cresceu ridículos 1,1% em 2017 e em 2018. Somando os dois anos não se chegou a 2,3% de expansão do PIB. E se descontarmos o crescimento demográfico do período (0,8% anuais) o crescimento real do PIB foi de medíocres 0,6% no acumulado de 2017-2018. Não tivemos crescimento algum, portanto.
Desta maneira, os anos de 2017 e 2018 foram anos de estagnação econômica e que foi gerada pela imposição de um modelo econômico neoliberal pelo governo Temer.
E os anos de 2019 e 2020 também serão anos perdidos em termos de crescimento econômico e de geração de empregos em função do modelo econômico Neoliberal de Temer estar sendo radicalizado e aprofundado pelo governo de Bolsonaro.
Desde 2017 que o Salário Mínimo está sendo reajustado abaixo da inflação e desde 2016 que a tabela do Imposto de Renda não é reajustada, sendo que a inflação acumulada nestes três anos (2016/2018) foi de 13%. Os investimentos sociais foram congelados por 20 anos pelo governo Temer (Teto de Gastos) e, agora, estão sendo reduzidos por Bolsonaro.
As tais 'reformas' (desmonte, de fato) da Previdência e Trabalhista de Temer/Bolsonaro empobrecem ainda mais a população, pois eliminam direitos e benefícios conquistados por meio de muitas lutas e representam, na prática, uma transferência brutal de riqueza dos pobres, dos trabalhadores e da classe média para o Sistema Financeiro (bancos, fundos de investimentos).
A Renda per Capita brasileira teve um crescimento expressivo durante os governos Lula e Dilma, passando de R$ 26 mil anuais para quase R$ 36 mil anuais. |
O fato concreto é que enquanto o Brasil continuar com esse modelo econômico neoliberal concentrador de renda e que aumenta ainda mais a pobreza da população não iremos crescer coisa alguma.
Os empresários brasileiros não sabem disso porque não estudaram (eles já nasceram em berço de ouro) e não fazem ideia de como funciona a economia real, pois nas últimas décadas eles ficaram vicidados em aplicar seus capitais em títulos públicos e no mercado financeiro. Eles perderam o contato com a economia real, que produz riquezas e gera empregos.
E o pouco que esses empresários pensam em produzir é voltado apenas para atender aos desejos de consumo de uma elite e que constitui, no máximo, 20% da população.
Política Externa atual prejudica a Economia Brasileira!
Caso ainda o governo atual do país tivesse uma agressiva política de estímulo às exportações, a fim de conquistar novos mercados para os bens e serviços brasileiros, ainda poderíamos ter algum crescimento econômico mais significativo, mas o que vemos é exatamente o contrário.
Afinal, o governo Bolsonaro promoveu uma perigosa ideologização da sua política externa, colocando o Brasil sob uma condição de submissão tipicamente neocolonial na relação com os EUA.
A entrega da Base de Alcântara (para os militares dos EUA) e da Embraer (para a Boeing) são iniciativas bastantes simbólicas desta relação de submissão que o governo Temer passou a adotar e que o governo Bolsonaro aprofundou.
E tudo isso é feito ao mesmo tempo em que o governo atual arruma cada vez mais conflitos com os principais parceiros comerciais do Brasil, como são o caso da China, América Latina, países muçulmanos e França, que é a nação que, junto com a Alemanha, lidera a União Europeia.
A China, que já foi criticada várias vezes por membros do governo brasileiro e pelo próprio Presidente brasileiro, compra quase 28% de tudo o que Brasil exporta e responde, sozinha, por quase metade do superávit comercial brasileiro. Este chegou a US$ 125 Bilhões na soma de 2017 e 2018, sendo que cerca de US$ 60 bilhões foram obtidos no comércio realizado com a China.
A China comprou US$ 66,6 Bilhões em produtos brasileiros em 2018 (27,8% do total), enquanto que a União Europeu adquiriu US$ 42,1 Bilhões (17,6% do total). A Argentina, principal mercado de exportações do Brasil na América Latina, comprou outros US$ 14,9 bilhões de produtos brasileiros (6,3% do total).
Assim, somando os três mercados (China, UE e Argentina) temos um total de US$ 123,6 Bilhões exportados pelo Brasil, o que representa 51,6% do total exportado pelo país em 2018 (US$ 239,5 Bilhões).
Enquanto isso, os EUA compraram apenas US$ 28,8 bilhões em produtos brasileiros em 2018, o que representa apenas 12% do total exportado pelo Brasil.
Portanto, para o Brasil estes três mercados somados (China, UE e Argentina) representam mais do que quatro vezes o mercado dos EUA. E se incluirmos os países muçulmanos essa diferença será ainda maior.
Portanto, os mercados da China e da UE, com os quais o governo Bolsonaro está arrumando conflitos, são os dois maiores e mais importantes para o Brasil, tendo uma importância muito maior do que a dos EUA. A importância deste no comércio exterior brasileiro é muito menor do que já foi (ver gráfico acima).
Caso este superávit comercial venha a sofrer uma redução muito significativa, então o Brasil entrará em uma Recessão profunda e perderá a capacidade de cumprir com os seus compromissos financeiros externos (pagamento de juros e amortizações da dívida externa, por exemplo).
No futuro, caso a situação financeira se deteriore bastante, o Brasil poderá até que repetir o governo Macri e recorrer a vultosos empréstimos junto ao FMI. Atualmente isso não é necessário pois durante os governos Lula e Dilma o Brasil acumulou imensas reservas internacionais líquidas (de US$ 376 Bilhões) e que representam quase 19% do PIB brasileiro.
O expressivo superávit comercial e as imensas reservas internacionais são o que garantem ao Brasil uma situação de estabilidade econômica e financeira, o que permite manter a inflação e as contas externas sob controle e em situação de equilíbrio.
Então, a política externa do governo Bolsonaro é altamente prejudicial aos interesses do Brasil e a tendência é que a mesma leve o país a perder participação nestes mercados externos, que são de grande importância para a economia brasileira.
Afinal, a cada US$ 1 bilhão de dólares que o Brasil exporta são criados 60 mil novos empregos no país. Desta maneira, se as exportações brasileiras diminuírem em US$ 10 bilhões, isso levará a que 600 mil trabalhadores brasileiros fiquem desempregados.
Condições para a volta do Crescimento Econômico!
O fato concreto é que o Brasil não voltará a crescer enquanto não aumentar o poder de compra da população, adotando medidas como:
- Aumentos reais de salários;
- Redução de impostos para os mais pobres;
- Aumento da oferta de crédito;
- Redução de juros;
- Aumento de investimentos sociais e na infraestrutura (com revogação do absurdo Teto de Gastos);
- Política Externa que abra e conquiste novos mercados para os bens e serviços brasileiros, evitando conflitos com os países que são os principais compradores de produtos brasileiros.
Podem salvar em seus computadores o que estou afirmando: Com esse modelo econômico neoliberal, privatista e entreguista e com essa política externa ideologizada e de total submissão aos EUA que passamos a ter com os governos de Temer/Bolsonaro o Brasil ficará estagnado por toda a eternidade.
Quem sobreviver, verá.
Reações de países árabes à aproximação do Brasil com Israel preocupam o agronegócio:
China sinaliza que irá comprar mais US$ 30 Bilhões anuais em produtos agrícolas, prejudicando o Brasil:
Superávit Comercial do Brasil chega a US$ 125 Bilhões em dois anos (2017/2018); China e UE são os principais mercados brasileiros:
As reservas internacionais líquidas do Brasil aumentaram fortemente entre 2003 e 2014, período no qual elas passaram de US$ 16 Bilhões (2002) para US$ 379 Bilhões. |
Superávit Comercial do Brasil no primeiro Bimestre de 2019 é de quase US$ 5,9 Bilhões:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/01/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-367-bilhoes-em-fevereiro.ghtml
Comentários
Postar um comentário